A inovação pode ser capaz de alterar o atual quadro da indústria brasileira, que viu sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) cair de cerca de 25% para 14,5%? Ou será necessário algo além de inovar para sustentar sua sobrevivência? Mesmo sabendo que rezava aos convertidos, as perguntas foram colocadas por Pedro Wongtchowski, presidente do Conselho Superior da Anpei, aos dois empresários que participaram do debate Inovar Agora: Competição Global e Sobrevivência Local, João Carlos Brega, presidente da Whirlpool Latin America, e Siegfried Kreutzfeld, diretor superintendente da WEG. Devemos e temos vocação para aumentar a participação da indústria e retomar os patamares anteriores, respondeu Brega. A Whirpool, por exemplo, tem fé na inovação e define seu objetivo com clareza: promover benefícios ao consumidor, criar processos sustentáveis e dar retorno aos acionistas. Na área de eletrodomésticos, por exemplo, 40% do faturamento é resultado de produtos lançados nos últimos quatro anos. Faça chuva ou faça sol, uma parte de nosso faturamento é dedicada à pesquisa e inovação. Para Kreutzfeld, o cenário brasileiro atual realmente coloca dificuldades no caminho da inovação. Mesmo assim, ela deve estar presente em todas as empresas, pois sem inovação é difícil se sustentar, diz. Se não inovar, não dá para competir. Respondendo a outra questão feita por Wongtchowski, o diretor superintendente da WEG informou que a maioria dos processos de inovação da empresa é incremental, ou seja, as modificações são adotadas ao poucos. Procuramos seguir certas tendências do mercado e fazer melhor, afirmou Kreutzberg. Já na Whirpool, alguns processos abrem trilhas bastante novas. Exemplo é o caso do purificador de água da Brastemp, que não somente colocou a empresa em um ramo diferente o da água , como mudou seu relacionamento com os clientes, uma vez que o equipamento não é vendido, mas alugado. Apesar do investimento feito por algumas empresas, grande parte das inovações no Brasil não nasce em seus laboratórios, mas em centros de pesquisa externos, universidades ou pequenas empresas. Como as empresas maiores podem se aproveitar disso?, perguntou o presidente do Conselho Superior da Anpei. Concordo que o breakthrough acontece fora, disse presidente da Whirpool. Temos muitas parcerias com universidades. O papel da indústria é ficar cada vez mais atenta, oferecer input do que necessita, dar direcionamento e apoio, também com fontes financeiras. Isso cria um círculo virtuoso. Para Kreutzberg, da WEG, inovar sozinho dentro de uma empresa pode custar caro. Temos que usar os cérebros dos centros de pesquisa e das universidades, diz ele. Atualmente a WEG tem cerca de 15 projetos com universidades do mundo todo. As duas empresas lidam de forma semelhante com a questão da disponibilidade ou, indisponibilidade de recursos humanos na área de inovação. Além de parcerias com universidades, preocupam-se em capacitar elas mesmas seus colaboradores, oferecendo cursos de mestrado, doutorado e estágios. Em relação à proteção de seus desenvolvimentos, tanto a WEG quanto a Whirpool adotam a política de patenteá-los, mesmo que o processo no País ainda seja demorado.

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