Em suas primeiras declarações no cargo, os novos ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deixaram claro que a inovação tecnológica será prioridade em suas gestões.
Para Mercadante, a inovação é o grande desafio da indústria e da economia brasileiras, conforme entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no dia 6 de janeiro. A declaração veio corroborar o que o novo ministro havia dito em seu discurso de posse, no qual colocou a inovação como uma das três prioridades de sua gestão, ao lado do aprofundamento da política de formação de recursos humanos, em todos os níveis, e do avanço da pesquisa científica no Brasil.
Mercadante enfatizou que o País precisa de um grande pacto pela inovação. Afirmo, desde já, que a articulação entre a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Plano de Ação em Ciência Tecnologia e Inovação (PACTI) será um dos eixos estruturantes da Fase II da nossa Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, declarou durante sua posse. É preciso reconhecer que a pesquisa científica brasileira é ainda fortemente concentrada em universidades e instituições públicas.
Ele lembrou que no Brasil a participação de empresas, inclusive de estatais, no número de pedidos de patentes é de somente 53%, ao passo que no Japão e na Alemanha esse índice é de cerca de 90%. Ademais, as empresas brasileiras investem, em média, apenas cerca de 0,51% do PIB em ciência e tecnologia, enquanto que no Japão, por exemplo, as empresas gastam cerca de 2,7%, disse. Já a pesquisa aplicada, aquela que gera inovação produtiva, ainda é insuficiente, especialmente quando comparamos a performance do Brasil com as de outras nações emergentes importantes.
O novo ministro da Ciência e Tecnologia também reconheceu avanços na área, no entanto, principalmente os que tiveram origem na Lei de Inovação e na Lei do Bem. Ajudaram muito, disse, referindo-se às duas leis. Deram incentivos fiscais, subsídios, aumentaram extraordinariamente os recursos para esses segmentos, estamos tendo grandes empresas internacionais que estão vindo investir em C&T no Brasil. De qualquer forma, Mercadante disse que é necessário criar uma interação entre todos os agentes da cadeia produtiva universidades, governo, empresários , e uma cultura de inovação empresarial.
MDIC Fernando Pimentel, por sua vez, também prometeu dar ênfase à inovação e à competitividade, para fortalecer a indústria e aumentar as exportações. Em seu discurso de posse, afirmou que o MDIC será o ministério do Brasil produtivo, que inova, se faz presente no mundo inteiro, e que trabalhará de maneira integrada. Indústria, serviços e exportações devem fazer parte de uma mesma engrenagem lubrificada e se articulando de maneira cada vez mais eficaz em todos os ministérios, declarou na ocasião.
Além contribuir para o aumento da taxa da inovação no País, o novo ministro afirmou que também pretende promover a internacionalização das empresas e os investimentos produtivos. Entre os desafios que terão de ser enfrentados para alcançar as metas a que se propôs, Pimentel apontou a guerra cambial mundial, as taxas de juros, a necessidade de se manter os investimentos em infraestrutura e a ampliação da pesquisa em tecnologia e inovação.