Limitações ideológicas quanto ao papel do Estado na economia podem pôr os Estados Unidos em desvantagem no cenário mundial de competição econômica alimentada pela inovação tecnológica, diz relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Pesquisa americano (NRC, na sigla em inglês). Enquanto isso, alerta o texto, países menos inibidos pela ideologia do livre mercado têm lançado mão de amplas estratégias nacionais para construir economias inovadoras. O texto Rising To The Challenge – U.S. Innovation Policy for the Global Economy (Encarando o Desafio: Política de Inovação dos EUA para a Economia Global) trata dos produtos do processo de inovação: desenvolvimento econômico, novos produtos e processos, bons empregos. Segundo o estudo, a internacionalização da indústria, com fábricas de capital americano abrindo unidades de manufatura em outras partes do mundo, põe em xeque um dos pilares da vantagem inovadora da economia americana: a proximidade física entre as unidades de criação e de implementação de novas ideias. Além disso, a rápida disseminação conhecimento científico na era da internet destrói a antiga certeza de que descobertas e invenções que fluem de pesquisa conduzida nos EUA (…) naturalmente levarão a produtos comercializados e industrializados nos EUA. O relatório pede que o governo ofereça incentivos para que empresas de alta tecnologia voltem a usar grandes unidades fabris dentro do território americano, afirmando que os programas existentes têm horizonte limitado, prazos curtos e futuro incerto. A base industrial de alta tecnologia dos Estados Unidos deteriorou-se a tal ponto que às vezes é difícil produzir grandes volumes de produtos inventados nos Estados Unidos, mesmo quando o custo do trabalho não é um fator importante. Outros países vêm usando recursos públicos para induzir empresas americanas a produzir produtos tecnológicos em seus territórios. Em outros casos, empresas optam por produzir no exterior porque concluem que os EUA não têm mais condições de abrigá-las. Como resultado, os EUA descobrem que é cada vez mais difícil capturar o valor gerado por seus grandes investimentos em P&D. O trabalho chama atenção para o que classifica de neomercantilismo, o uso da mão pesada do Estado e de empresas estatais ou semiestatais por países como China e Coreia do Sul, para abrir espaço no mercado internacional de inovação e alta tecnologia. Eles se valem de uma poderosa combinação de subsídios estatais, padrões nacionais, compras governamentais e exigências de transferência de tecnologia (…) também encorajam empresas controladas ou apoiadas pelo Estado a competir globalmente em indústrias estratégicas e emergentes com a ajuda de empréstimos a juros baixos, frequentemente com pouca preocupação com a rentabilidade de curto prazo. O relatório do Conselho Nacional de Pesquisa oferece uma série de sugestões para o país: uso do poder de compra pelas agências federais, reforço do elo entre universidades e mercado, e a criação de um Banco Nacional de Infraestrutura. O estudo pode ser lido na íntegra em http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=13386&page=R1. (Com informações do Inovação Unicamp)

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