A falta de recursos para o desenvolvimento de tecnologias nas Forças Armadas é o que mais dificulta o progresso do setor. Esta foi a conclusão de participantes de debate realizado no dia 8 de outubro sobre a pesquisa e os investimentos nos centros de tecnologia das Forças Armadas, em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). A reunião contou com a presença de representantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e do Ministério da Defesa. De acordo com o brigadeiro Wander Golfetto, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da Força Aérea, o Brasil investe apenas 0,004% do Produto Interno Bruto na área espacial. Golfetto mostrou que projetos da Aeronáutica para os anos de 2012 a 2016 precisariam de mais de R$ 195 milhões, mas só receberam do Orçamento cerca de R$ 34 milhões. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse que o orçamento para as Forças Armadas deve ser prioridade, tanto na área de ciência e tecnologia, quanto em outras de necessidade da população. Para ele, além dos recursos, é necessária também uma sinergia entre as três Forças militares para que a tecnologia desenvolvida sirva não apenas para o setor militar, mas para outros campos da ciência que podem ajudar a sociedade. Sem sinergia e recursos é difícil fazer avanços nas áreas de ciência e tecnologia, em benefício também de serviços como a saúde, por exemplo, afirmou Pinheiro. O senador observou que, nos últimos anos, houve um aumento de recursos para a área de ciência e tecnologia das Forças Armadas, embora os recursos ainda sejam menores do que no passado. Walter Pinheiro acredita que é possível, por meio da expertise acumulada, as Forças Armadas contribuírem para o avanço de tecnologia, especialmente na área de monitoramento. O presidente da CCT, senador Zezé Perrella (PDT-MG), disse que o governo investe pouco em ciência e tecnologia. Ele afirmou que o recente escândalo sobre a espionagem americana no Brasil deve servir de alerta para que o governo perceba a importância do investimento na área. Projetos importantes O almirante de esquadra Wilson Barbosa Guerra disse que a Marinha tem quase R$ 200 bilhões envolvidos em seu plano estratégico. Entre eles estão o programa nuclear, que desenvolve o ciclo de combustível para as usinas de Angra 2 e Angra 3, e o laboratório de geração de energia para a propulsão de submarinos. O programa prevê quatro submarinos, que têm um projeto francês, e já estão sendo construídos. O laboratório nos dará a capacidade de projetar e construir com a nossa tecnologia um submarino de propulsão nuclear brasileiro, disse Guerra. O chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro, general Sinclair Mayer, citou vários projetos estratégicos da área, entre eles, um sistema de controle de fronteiras, o desenvolvimento de tecnologia para veículos blindados e outro de defesa da cibernética. Por sua vez, o brigadeiro Wander Golfetto disse que a Aeronáutica tem 55 projetos grandes na área de ciência e tecnologia. Entre eles a produção de veículos suborbitais, na qual o Brasil é referência. Golfetto também citou, entre os projetos, a ampliação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que custará cerca de R$ 295 milhões, para oferecer mais vagas. De acordo com o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, vice-almirante Wagner Zamith, o Ministério da Defesa tem a função de apoiar e incentivar os projetos ligados à ciência e à tecnologia das Forças Armadas. Zamith afirmou que a alta competitividade do setor de ciência e tecnologia é um desafio, mas também é uma oportunidade. (Com informações da Agência Senado)

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