Atuando há oito anos com um modelo de inovação aberta, a Natura agora procura dar um passo adiante: a empresa adotou uma estratégia para trabalhar em redes de inovação. O case foi apresentado na terça-feira (4/6) durante a XIII Conferência Anpei, realizada em Vitória entre 3 e 5 de junho. O gerente de Parcerias e Fomento da Natura, Adriano Jorge, explicou que a estratégia corresponde a um novo olhar sobre o jeito de inovar. Ao tomar a decisão de inovar em rede, a Natura considera a criação de uma proposta de valor. A nossa proposta é uma maneira de inovar a inovação, disse Jorge. Com as redes de inovação, além do desenvolvimento de produtos, a empresa procura inovar também em serviços e novos negócios com uma visão multidisciplinar, como um caminho para gerar valor em complexos ecossistemas inovativos, de acordo com Jorge. Essa proposta é coerente com a missão da empresa, que consiste em criar e comercializar produtos que promovam o bem-estar humano. A inovação em rede leva em conta um olhar simultâneo para a geração de valor e para o indivíduo, declarou. Segundo Jorge, a inovação em rede se sustenta em três pilares: o comportamento empresarial que leva em conta o valor econômico e o valor socioambiental as relações humanas e os produtos e conceitos. De acordo com ele, inovar em rede requer um olhar expandido para o mundo, não apenas para a área de cosméticos. Estamos em um mundo cada vez mais complexo e hiperconectado, no qual a criação coletiva ganha muita força. Os padrões de inovação, nesse contexto, enfrentam uma série de desafios. As relações competitivas deram lugar à colaboração em rede. Os modelos fechados de propriedade intelectual estão sendo substituídos pelos modelos abertos, disse Jorge. O crescimento agressivo e a extrema competitividade do mercado de cosméticos no Brasil aumenta a necessidade de inovar, segundo Jorge. Estamos prestes a nos tornarmos o segundo mercado do mundo em cosméticos. Só com inovação vamos sobreviver e manter nossa liderança. Para continuar inovando, é preciso multiplicar nossas formas de interação com os diferentes atores do processo inovativo, afirmou. Ao definir a estratégia de inovação em rede, a Natura determinou que a rede deveria ser global, sem limites geográficos. Também decidimos que não iríamos escolher uma instituição específica para trabalhar em parceria. É preciso criar oportunidades de conexão com os diferentes atores da rede, disse Jorge. Para transformar essa visão em realidade, de acordo com Jorge, foi preciso em primeiro lugar identificar os parceiros e fazer uma aproximação. Em segundo lugar, expandir a rede para colaboradores e parceiros do exterior. Depois, criar ações para gerar novas conexões na rede, sem que a Natura fosse necessariamente o seu centro. No ecossistema de inovação da Natura, temos 280 pessoas trabalhando em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Elas se organizam no nosso cluster em Cajamar, mas fazemos conexões em outros pontos estratégicos, como nossos hubs em Manaus, em Boston (Estados Unidos) e em Paris (França), afirmou. A empresa olhou para seus mais de 200 parceiros universidades, empresas, prestadores de serviço, especialistas e usuários em relação a dois aspectos fundamentais: potencial de inovação e capacidade de envolvimento nas ações estratégicas. Os dados dessa análise foram compartilhados com a própria rede de parceiros. Com isso, foi possível reconhecer parceiros que estão compartilhando valores com a Natura e adotar ações efetivas de desenvolvimento. Nosso desafio, agora, é transformar a velocidade e expertise de acesso à rede em vetor de aceleração da geração de inovação, declarou.

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