01/11/2016
As operadoras de petróleo e gás enfrentam há dois anos um excesso de oferta de petróleo que não dá sinais de recuo. Inclusive, no final de setembro a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) concordou em reduzir a produção pela primeira vez desde 2014 para deter a inundação do mercado com petróleo barato.
Reduzir a produção é a maneira mais óbvia de aumentar as margens em um mercado fraco. Mas pesquisadores da GE, juntamente com a divisão de petróleo e gás da companhia – que vende equipamentos a companhias do setor energético do mundo inteiro –, estão apostando na ciência. “Os produtores de óleo e gás estão em busca de soluções imediatas para superar o difícil mercado de petróleo barato atual”, afirma Lorenzo Simonelli, presidente e CEO da GE Oil & Gas. Segundo ele, as pesquisas globais da GE têm os meios não só de ajudar os clientes nesse ciclo difícil, mas também a se tornarem mais eficientes no futuro.
Simonelli fez essas declarações em Oklahoma City, onde a GE acaba de inaugurar seu novo Oil & Technology Center (Centro de Petróleo e Tecnologia). A unidade faz parte da rede global de pesquisas da GE – que já inclui dez Centros de Pesquisa que se estendem do Rio de Janeiro a Xangai – e funcionará como um canal que centraliza a entrega de novas tecnologias para o setor.
Vic Abate, diretor executivo de tecnologia da GE e chefe da GE Global Research, afirma que o centro usará a expertise de outras unidades de negócio da GE para acelerar a inovação. Um exemplo são os revestimentos de barreira térmica que a GE desenvolveu originalmente para motores a jato. Eles podem ser usados na construção de peças mais duráveis para bombas especiais que operam dentro de poços petrolíferos, fazendo com que suportem condições mais severas e tornando os poços mais produtivos. A GE chama essa polinização cruzada de tecnologias de GE Store. “Podemos usar a Store para ampliar o resultado de cada dólar que gastamos em pesquisa a fim de aproveitarmos ao máximo as tecnologias que criamos”, diz Abate.
A unidade tem dois poços subterrâneos de teste – um com mais de 122 metros de profundidade e outro com 18,28 metros – para testar tecnologias como as novas bombas com o revestimento do motor a jato. O centro também tem um “circuito de testes” onde os engenheiros podem simular os ambientes de produção de óleo e gás e testar como peças recém-criadas conseguem lidar com eles. O espaço também conta com impressoras 3D que podem imprimir rapidamente novos modelos de peças, acelerando a prototipagem e a fase de testes.
As equipes de Abate e Simonelli também estão usando software para conectar unidades de produção do setor à Predix, o sistema operacional da GE na nuvem para a Internet Industrial, e coletar e analisar dados a fim de torná-las mais eficientes. Por exemplo, um grupo de engenheiros está desenvolvendo drones que podem inspecionar plataformas e tubulações situados a centenas de quilômetros de distância.
Hoje, os engenheiros de campo realizam inspeções manualmente, indo até o local e usando uma câmera para capturar imagens e, por exemplo, avaliar as emissões. Eles precisam voltar ao escritório para documentar suas descobertas. O processo pode levar horas, quando não dias. O protótipo de drone da GE funciona de outro jeito. Ele consegue enxergar, analisar e automaticamente gerar um relatório, tudo ao mesmo tempo e no local, usando interfaces de programação de aplicativos (APIs, na sigla em inglês) da Predix. “A tecnologia de drone que estamos testando é um ótimo exemplo de como o físico está se combinando ao digital nos campos petrolíferos”, diz Abate. “Com o drone conectado à nuvem, podemos inspecionar remotamente poços ou emissões com mais rapidez, precisão e economia”.
De acordo com Abate, o novo centro foi projetado para estimular a inovação aberta e permitir que os engenheiros trabalhem junto com os clientes. “O que temos é uma unidade construída para a colaboração, e equipada com ferramentas e recursos para desenvolver e testar rapidamente novos conceitos e tecnologias”, explica Mike Ming, gerente geral do novo centro de pesquisas.
“Estabelecemos raízes de inovação aqui em Oklahoma para estarmos mais perto de nossos clientes e trabalhar lado a lado com eles na entrega mais rápida de novas soluções tecnológicas para o mercado”, diz Ming. “Estamos empolgados com o trabalho que temos pela frente e com o potencial do que poderá ser realizado”.
(GE)