O economista Luciano Coutinho
substitui Fiocca na presidência do BNDES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o economista Luciano Coutinho para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele substitui Demian Fiocca, cuja gestão aumentou em 49% as aprovações dos financiamentos nos últimos doze meses, além de diminuir em 30% o prazo para aprovação de crédito. Fiocca foi responsável pela consolidação da nova política operacional do banco que, além da infra-estrutura, da indústria de bens de capital e do desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas, passou a priorizar investimentos em inovação tecnológica.
A indicação de Coutinho foi bem recebida por empresários, acadêmicos e economistas, elogiada inclusive pelo próprio Fiocca. Seu envolvimento nas discussões sobre os rumos da indústria e do desenvolvimento, além de sua convicção de que a valorização do câmbio tem prejudicado o setor produtivo, explica o entusiasmo com sua escolha.
O economista chega à presidência do BNDES depois de comandar uma das mais requisitadas consultorias empresariais, a LCA Consultores, cuja carteira de clientes inclui alguns dos maiores grupos empresariais e financeiros do país, além de fundos de pensão e grandes escritórios de advocacia.
Pernambucano de origem, Coutinho militou nos movimentos de esquerda em seu tempo de universitário. Aproximou-se na época de José Dirceu, então líder estudantil. A afinidade de idéias com Dirceu permanece. O hoje ex-ministro e deputado cassado elogiou a indicação em seu blog.
Coutinho é professor titular de Economia da Unicamp desde 1986. Entre 1974 e 1979, coordenou o departamento de pós-graduação da instituição. É doutor em Economia pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e exerceu a função de professor visitante nas Universidades do Texas, nos Estados Unidos, e Paris XIII, na França.
Politicamente, o economista vinculou-se a uma ala nacionalista e desenvolvimentista do PMDB, da mesma forma que Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e Luiz Gonzaga Beluzzo, entre outros. Em 1985, assumiu a secretaria-geral do então recém criado Ministério da Ciência e Tecnologia, onde permaneceu até 1988. A reserva de mercado para a informática era o principal tema em discussão no Ministério, comandado por Renato Archer.
Coutinho afastou-se do governo Sarney em 1988, junto com várias outras personalidades que compunham a chamada “ala esquerda” do PMDB. Não voltaria a exercer cargos públicos. Nos anos 90, começou a aproximar-se do PT. Desde o primeiro mandato, integrou a lista de ministeriáveis. Ao BNDES sempre foi atribuído seu mais almejado posto no governo Lula.
Com Informação dos jornais Valor Econômico e Folha de S.Paulo