A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos começam a impulsionar projetos inovadores e oportunidades de negócios que, sem a realização dessas competições, provavelmente ficariam restritos ao terreno das ideias. A incorporação da ciência à preparação de atletas é campo de atividade em que se investem conhecimento e buscam-se lucros, como na construção de caiaques de competição feitos de material mais resistente e mais barato que os importados, de fibra de carbono, ou a cadeira de rodas, desse mesmo material, com especificações próprias para jogos de basquete e handebol. O Brasil vai ganhar, em breve, o primeiro laboratório olímpico da América Latina. O laboratório estará ligado a um centro de inteligência, que reunirá dados para a orientação de treinadores e atletas quanto a marcas de desempenho já obtidas e progressos que devam ser procurados. O centro de inteligência, formatado pela Coppe/UFRJ, dará embasamento estratégico ao laboratório. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) espera que as instalações do laboratório e do centro de inteligência fiquem na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Rio. Os investimentos previstos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), chegam a R$ 13 milhões e incluem a contratação inicial de 25 pesquisadores, que levantarão informações estatísticas de esportes e melhores formas de treinamento, além de treinadores. O COB conta com um orçamento de cerca de R$ 6 milhões anuais de recursos próprios para dar algum conteúdo científico à preparação dos atletas brasileiros. O investimento em novas tecnologias de materiais e equipamentos esportivos é outro trunfo para a Olimpíada de 2016. Há projetos promissores. O Estúdio Baobá, de design, desenvolve, com ajuda financeira de R$ 90 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), um caiaque de corredeira em rotomoldagem (plástico em grãos, aquecidos em molde rotativo a 300 graus centígrados, que se solidifica no resfriamento), mais barato e resistente a impactos do que o modelo importado, de fibra de carbono. Um protótipo deve estar pronto até o fim deste ano e a produção em escala está prevista para 2014. A Holos Brasil aprimora o projeto de um veleiro da classe Finn e de um mastro para a embarcação, em fibra de carbono, com financiamento de R$ 170 mil da Faperj. E vai requerer à Finep financiamento para a adaptação do seu modelo de cadeira de rodas de fibra de carbono para as competições de basquete e handebol dos jogos paraolímpicos. Ao todo, a Finep destinará R$ 20 milhões a projetos de empresas brasileiras que desenvolvam produtos inovadores relacionados a esportes paraolímpicos. Há novidades também nos 12 novos estádios da Copa do Mundo. A Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo, tem tecnologia alemã de sustentabilidade, que permite o reúso da água da chuva e um sistema de autogeração de energia via células fotovoltaicas aplicadas à fachada. A ventilação também será natural, propiciada pela concepção arquitetônica da obra. No Estádio Nacional de Brasília, a energia também virá dos raios solares, com geração total suficiente para abastecer mil residências. Cinco reservatórios, com capacidade de dois milhões de litros, armazenarão a água da chuva que vai suprir 80% das necessidades do empreendimento. Na academia, estão em andamento pelo menos dois projetos capazes de estabelecer um novo patamar científico para o mundial de futebol de 2014. O mais ambicioso prevê que o primeiro chute no jogo de abertura da Copa do Mundo seja dado por um atleta tetraplégico. O neurocientista brasileiro Miguel Nicolellis, diretor do laboratório de neuroengenharia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, trabalha na criação de um exoesqueleto uma veste robótica que transforma sinais cerebrais em movimentos que permitirá a um deficiente executar o gesto simbólico apenas com a força do pensamento. O geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, recebeu o sinal verde da Fifa para coletar o DNA dos jogadores de todas as seleções e usar esse material para demonstrar que não há diferenças genéticas importantes entre os atletas. (Com informações do Valor Econômico)

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