As tintas flexográficas são amplamente utilizadas na indústria gráfica, particularmente na impressão de embalagens flexíveis de todo tipo de produto. A fim de causar menos impacto no meio ambiente, com menos custos, a Oxiteno desenvolveu um novo sistema de solventes para esse tipo de tintas. A formulação se baseia em uma fonte renovável: a cana-de-açúcar. Desenvolvida a partir de simulações em softwares, testes laboratoriais e testes em escala industrial, a inovação da Oxiteno foi apresentada na quarta-feira (5/6) pelo especialista em Pesquisa e Desenvolvimento para o mercado de Tintas, Fábio Rosa, durante a XIII Conferência Anpei, realizada em Vitória (ES). Segundo Rosa, uma das principais vantagens da nova formulação é a redução da emissão de solventes para a atmosfera, a redução de perda durante o processo de aplicação da tinta e os custos competitivos. Durante a impressão de filmes plásticos, com o manuseio das tintas, há uma perda muito grande de solventes. Esse é justamente o fundamento deste case: vimos nesse problema uma oportunidade de inovação inequívoca. As formulações deveriam permitir menos perda e manter o custo competitivo, já que os solventes são commodities, em um mercado muito sensível ao preço, disse Rosa. A Oxiteno, segundo Rosa, trabalhou no projeto ao longo de cinco anos até chegar na proposta de um sistema de redução das emissões durante o manuseio na aplicação das tintas. A ideia permitiu diminuir a reposição de solventes na indústria gráfica. Com o manuseio durante a aplicação, a tinta vai perdendo solvente para a atmosfera e, com isso, vai mudando sua composição e suas características. O operador da indústria precisa repor constantemente o solvente. Com a nossa proposta, há uma redução dessa reposição, disse. Segundo Rosa, o projeto foi repleto de parcerias, envolvendo diferentes indústrias e diversos pontos da cadeia produtiva. É um case interessante para nós, porque interagimos não só com nosso cliente direto que são os fabricantes de tintas , mas também com os clientes deles e todos os fornecedores, desde os supermercados até os fabricantes de tiner, passando pelos transformadores de embalagens, afirmou. Uma parceria com o SENAI, segundo Rosa, foi especialmente importante, porque a pesquisa estava sendo feita apenas em escala laboratorial. Por meio de um edital de inovação, o SENAI possibilitou a realização de controles do processo de impressão em um nível intermediário entre a bancada do laboratório e a escala de uma grande indústria. A empresa estabeleceu também uma parceria com o Grupo de Prevenção de Poluição (GP2) do Departamento de Engenharia Química da Universidade de São Paulo (USP), para a avaliação do ciclo de vida do solvente. Foram feitas, ainda, parcerias com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e com o Centro de Tecnologias de Embalagens, para a análise de qualidade de embalagens. Avaliamos a perda de solvente por evaporação na tinta submetida à agitação, para simular as condições normais do mercado. Estudamos detalhadamente a emissão e reposição do solvente em laboratório, com simulações em uma fábrica de imersão e com a análise de embalagens impressas. Conseguimos medir o nível de retenção de solvente no filme de polietileno após a aplicação da tinta, explicou Rosa. Com uma evaporação equilibrada do solvente, o novo sistema conseguiu melhores resultados que as formulações tradicionais. O nosso sistema cumpre a mesma função do solvente tradicional, mas com uma taxa de evaporação mais equilibrada. Esse foi o grande avanço conceitual, disse. Os testes incluíram a avaliação quantitativa dos impactos ambientais associados ao longo do ciclo de vida de um produto. Fizemos a medição de efeitos sobre o meio ambiente e sobre o ser humano. A nossa proposta teve um desempenho melhor que os sistemas tradicionais quanto à toxicidade e quanto ao aquecimento global. Embora o processo de produção emita CO2, essa emissão é compensada pela captação desse gás durante o plantio da cana-de-açúcar, declarou Rosa.

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