No final do segundo dia da 14ª Conferência Anpei, o professor Guilherme Sales Melo, diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ofereceu um panorama das atividades da instituição no Brasil e da importância delas para a cultura da inovação. Segundo ele, apenas 33% das empresas nacionais são inovadoras e é preciso aumentar esse percentual. Mas, para tanto, é necessário investimento na formação de pessoas. O Brasil investe apenas 1,19% do PIB em pesquisa e desenvolvimento. No Japão, essa parcela ultrapassa os 3% do PIB, exemplifica. Melo afirmou que o País já deu um grande salto ao universalizar a educação, mas é preciso que mais pessoas atinjam níveis de pós-graduação. A evasão no ensino médio ainda é grande. Precisamos de mais gente concluindo o ensino médio. O Brasil melhorou, não há dúvida, mas quantos conseguem chegar à graduação e à pós?, questionou. De acordo com Sales Melo, todos os candidatos a bolsas de doutorado e pós-doutorado que tinham condições de ir para o exterior (gente com bons projetos, bom inglês), nas modalidades de bolsa-sanduíche, foram enviados. Chegamos ao teto e mandamos todos aqueles que tinham condições de ir. Mas isso não quer dizer que a situação seja satisfatória. Temos demanda por projetos bons, explica. Ele chama atenção, ainda, para a questão da integração do CNPq com as empresas, e diz que esse direcionamento vem sendo uma das prioridades da instituição desde a década de 1990. Sales Melo, que também é professor de engenharia na UnB, cita as bolsas RHAE, cujo objetivo é inserir pesquisadores (mestre e doutores) nas empresas de micro, pequeno e médio porte, como um modelo de solução bem desenhado. O pesquisador aprende com o empresário e vice-versa, resume. No painel anterior, um empreendedor havia reclamado da modalidade RHAE. É preciso ter um doutor ou mestre na empresa, se não a gente não consegue esse incentivo, afirmou. Sales Melo rebateu da tribuna: Sua informação não esta correta. As bolsas RHAE existem justamente para colocar esse pesquisador dentro da empresa. Mais tarde, lamentou a falta de informação e afirmou que o CNPq está empenhado em fazer com que as pessoas conheçam melhor os incentivos da instituição. Sales Melo afirma que passos importantes para o fomento à inovação já foram dados na instituição, como a inclusão, nos critérios gerais para aprovação de projetos, de quesitos como a contribuic?a?o científica, tecnolo?gica e de inovac?a?o das propostas, incluindo patentes, e a interação com o setor produtivo nacional.

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