Pesquisa inédita do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que mais de 70% das grandes empresas brasileiras pretende ser líderes em tecnologia, apesar das condições econômicas adversas que afetam o seu desempenho, nos próximos dez anos. Na situação atual, cerca de 40% entendem que já são líderes, mas ainda prevalecem posicionamentos mais tímidos, como o de seguidor rápido de tecnologias de ponta ou de adaptador de tecnologias ao mercado brasileiro. A pesquisa foi coordenada por Carlos Américo Pacheco, que hoje é reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Foram entrevistados os principais dirigentes de 40 grupos privados, dos quais 30 de empresas de maioria de capital nacional e dez grandes empresas transnacionais que atuam no mercado brasileiro. Esses grupos respondem por 80% do esforço nacional em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Hoje, o número de empresas que fazem P&D no Brasil não passa de 2,5 mil, enquanto 30 mil são inovadoras. Para 58% dos entrevistados, a inovação tecnológica é decisiva para sua estratégia de mercado atual, enquanto 42% consideram a tecnologia relevante. No horizonte de dez anos, o entendimento se altera de forma ainda mais explícita: 80% das empresas afirmam que a tecnologia terá papel decisivo e 20%consideram que será relevante. “Entender a inovação como vetor do crescimento passou a ser fonte de sobrevivência das empresas de manufatura”, diz o presidente do Iedi, Pedro Passos, sócio fundador da Natura Cosméticos, associada da Anpei. “As empresas brasileiras respondem aos desafios que o mercado e o ambiente econômico lhes impõem”, diz o presidente do Grupo Ultra e presidente do Conselho Superior da Anpei, Pedro Wongtschowski, um dos entrevistados na pesquisa. Para ele, se a inovação não for entendida nesse contexto, a discussão se as empresas inovam ou não inovam se restringe apenas a um problema comportamental, em geral “associado a um julgamento moral” do papel esperado das lideranças empresariais. “O essencial é entender que as empresas inovam por razões econômicas.” Na visão dos executivos consultados, as razões mais frequentes para inovar são ampliar receitas e atender as necessidades dos consumidores, apontadas por três entre cada quatro empresas. Duas em cada três também assinalam as motivações de atender as necessidades dos consumidores e reduzir custo. Entre as razões citadas com menos frequência se encontram a internacionalização das empresas e criação de oportunidades de exportação. A pesquisa também revela problemas, como mecanismos de gestão ainda insatisfatórios. A visão da cúpula das empresas é mais afirmativa e mais otimista para aspectos gerais ou situados no plano estratégico. Quando perguntados sobre métrica, gestão ou capacitações, as respostas tendem a indicar que ainda há muito a fazer. (Com informações do O Estado de S. Paulo)

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