Aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para 2,5% do PIB, incluindo os setores público e privado, triplicar o número de engenheiros formados e duplicar o de empresas inovadoras e o de patentes. Essas são algumas das metas para a área de ciência, tecnologia e inovação contidas no Plano Brasil 2022, elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência de República e divulgado em dezembro do ano passado. O Plano prevê ainda dobrar o número de bolsas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); chegar a 450 mil pesquisadores no País e a 5% da produção científica mundial; dominar as tecnologias de microeletrônica, produção de fármacos, fabricação de satélites e veículos lançadores; multiplicar por 10 o número de patentes e assegurar independência na produção do combustível nuclear. O Brasil precisa alcançar essas metas, caso contrário ficará para trás no desenvolvimento mundial. O Plano aponta como uma das grandes tendências do sistema internacional até 2022 a aceleração do progresso científico e tecnológico. Situação que irá afetar todas as atividades civis, econômicas, sociais e militares. A aceleração da transformação tecnológica modifica as relações de poder entre os Estados e a intensidade da competição entre as mega-empresas e, portanto, da competição econômica entre os países, diz o texto. Além disso, a aceleração da transformação tecnológica influencia fortemente todas as demais tendências do sistema mundial. Além disso, de acordo com os formuladores do Plano, essa aceleração do progresso científico e tecnológico contribui de forma muito significativa para a concentração de poder de toda ordem, na medida em que os países que se encontram no centro do sistema investem valores muito superiores àqueles gastos pelas maiores nações subdesenvolvidas, emergentes ou não, como o Brasil. Esta é uma tendência central e deve constituir a principal preocupação da estratégia brasileira na esfera internacional e doméstica: como acelerar e ampliar a geração, transferência e absorção de tecnologia através (sic) de políticas eficazes e de um esforço doméstico de investimento em pesquisa muito maior do que aquele feito nas últimas décadas, diz o texto. Para efeito de comparação, é lembrado no Plano, que os Estados Unidos investem hoje, por ano, cerca de 400 bilhões de dólares em pesquisa e registram 45 mil patentes, ao passo que o Brasil despende apenas 15 bilhões de dólares e deposita 480 patentes. Por isso, se não for implementado um programa enérgico e persistente de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, especialmente com a empresa privada e, se acaso ela não se interessar, pelo Estado, não só o hiato entre o Brasil e outros países se aprofundará, como não poderão ser resolvidos os desafios brasileiros de crescimento acelerado com firme distribuição de renda. A elaboração do Plano Brasil 2022 foi determinada, em 2009, ao então ministro da SAE, Samuel Pinheiro, pelo presidente da República na época, Luiz Inácio Lula da Silva. Para cumprir a determinação, foram criados 37 grupos de trabalho, cada um correspondendo a um ministério. Cada um desses grupos elaborou, a partir de planos e programas setoriais e de outros textos, um documento relativo ao respectivo ministério. Depois de aprovados por cada ministro, esses textos preparatórios foram encaminhados, em seu conjunto, a todos os ministros, ex-ministros, governadores, parlamentares, secretários estaduais, principais entidades sindicais e empresariais e organizações da sociedade civil e especialistas. Depois, os trabalho foram colocados no site da SAE para receber sugestões de cidadãos brasileiros. A partir dessa preparação e discussão foi elaborada a versão final do Plano Brasil 2022.

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