Esforço conjunto de oito ministérios caminha para a edição de portaria que vai criar um conselho consultivo para definir as diretrizes do governo para a nanotecnologia. Trata-se do ramo da ciência que pesquisa a matéria de tamanho de 1 a 100 nanômetros – cada nanômetro tem um milionésimo de milímetro, ou seja, uma unidade 10 mil vezes menor que o diâmetro do fio de cabelo. A intenção do governo é estimular a pesquisa básica, a pesquisa aplicada na indústria e o desenvolvimento de materiais em diversos ramos de atividade produtiva, como a indústria têxtil, eletrônica, farmacêutica, de cosméticos e de plástico, além de agricultura e produção de energia. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deve fechar uma proposta até março para o segmento. Ela tratará da formação de pesquisadores e da infraestrutura dos laboratórios de pesquisa; criará políticas para aumentar o número de empresas que desenvolvem nanotecnologia; e estabelecerá parâmetros para a cooperação internacional. Prevê, ainda, a criação do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanociências e Nanotecnologias (SisNano) para aumentar a interação entre os pesquisadores. A intenção do MCTI é aportar investimentos na melhoria e aquisição de equipamentos para os laboratórios dos institutos e universidade, e estimular parcerias com empresas que buscam inovação em nanotecnologia. O MCTI conta com 16 institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) dedicados a estudos de nanotecnologia, o que representa 13% dos INCTs, além de mais dez unidades de pesquisa atuando na área. De acordo com o Panorama da Nanotecnologia, publicado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Indústria (ABDI), 2.242 pesquisadores brasileiros escreveram 833 artigos científicos entre 2005 e 2008 a respeito do assunto; e quase 70% dos artigos são de pesquisadores vinculados a universidades e institutos de pesquisa de São Paulo, sendo 204 artigos da Universidade de São Paulo (USP). Para o diretor de Assuntos Industriais da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Marcelo Kós Silveira Campos, a política de nanotecnologia “deve envolver o desenvolvimento tecnológico e também focar o mercado”. Ele lembra que o País ocupa uma posição pouco expressiva no desenvolvimento de nanotecnologias. “Há distâncias no País entre o desenvolvimento científico e o passo seguinte necessário para transformar isso em alguma funcionalidade e depois transformar em inovação”, lembra. Mais de 600 empresas informaram desenvolver atividades relacionadas à nanotecnologia à Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), feita pelo IBGE em 2008. Conforme a ABDI, o Brasil é o 25º país no ranking mundial de nanotecnologia. “Observa-se um reduzido número de empresas que incorporam nanotecnologias em seus produtos ou processos ou que fabricam nanomateriais […] Esse fato tem forte relação com a posição pouco expressiva do Brasil em relação ao seu portfólio de patentes”, descreve a ABDI na publicação ‘Panorama da Nanotecnologia’. (Com informações da Agência Brasil)

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