O Brasil já obteve grandes avanços no debate em torno das políticas públicas de inovação e desenvolvimento regional, mas ainda precisa superar alguns obstáculos. A opinião é do consultor em cenários e estratégias Cláudio Marinho. Ele foi um dos participantes do painel Os territórios e suas abordagens de desenvolvimento, realizado no 18º Workshop Anprotec. O consultor apontou a criação dos fundos setoriais, no início da década, como o marco de referência na trajetória da política de desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no país. Hoje eles já financiam porque venceram toda a parafernália da burocracia para começar a operar por meio da Finep, afirmou. No entanto, Marinho levanta algumas dificuldades como a rigidez dos instrumentos de financiamento. Todas as regras, inclusive as mudanças implementadas na Lei de Inovação, ainda têm características da academia que são restritivas, o que deixa as empresas, que deveriam participar desse processo, com mais dificuldade para aproveitar esses recursos. O consultor destacou a necessidade de simplificar os instrumentos disponíveis para que o país tenha uma capacidade maior de gasto dos recursos dirigidos à inovação. No que diz respeito à discussão em torno do tema desenvolvimento regional, Marinho lembrou que acompanhou, em vários Estados, também no início da década, o movimento da comunidade ligada às secretarias de C&T para alinhar os investimentos em ciência e tecnologia às demandas locais dos Estados. De acordo com ele, foi nessa época que surgiu a discussão dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e o debate do território como elemento central da estratégia de desenvolvimento. Temos uma história de agências de desenvolvimento regional como a Sudene [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste] e a Sudam [Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia], mas elas estavam em fase de crise e essa agenda foi recuperada, portanto, pelo movimento da C&T, lembrou. Marinho ainda ressaltou o papel do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que incorporou a discussão dos APLs nesse contexto. Segundo ele, por ser uma instituição que tem mais de 700 pontos de presença em todo o país, ela pôde de forma organizada, levar a questão do desenvolvimento local dos APLs para a sua agenda de investimento. Esse movimento testemunhei e considero que foi uma contribuição à discussão do território no Brasil, disse. (Fonte: Gestão C&T online)

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