O Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (Concite), responsável por definir as diretrizes da política científica e tecnológica de São Paulo, está desenvolvendo um novo plano diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Estado. O plano começou a ser formulado pelo governo estadual no início de novembro, com a assessoria do Concite, e visa conferir mais eficiência e eficácia à ampla estrutura de pesquisa e aos programas de fomento à ciência, tecnologia e inovação paulistas. As linhas gerais foram apresentadas em uma reunião do conselho, realizada no dia 25 de março, no Palácio dos Bandeirantes. A elaboração de um plano diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, com a proposição de ações para os próximos 20 anos, tem como objetivo projetar o desenvolvimento de São Paulo e organizar as ações prioritárias que contribuirão para alcançá-lo, disse Marcos Cintra, subsecretário de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. O atual plano diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado foi preparado em 2010 por uma comissão presidida por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, e aprovado pela gestão anterior do Concite em dezembro do mesmo ano. O novo plano será elaborado em duas etapas. Em uma primeira fase, serão realizados um diagnóstico institucional e um inventário do sistema paulista de pesquisa e desenvolvimento e de CT&I, iniciativas coordenadas pela diretoria científica da Fapesp. O ponto de partida para o trabalho será um levantamento realizado por Brito Cruz, intitulado Ciência e Tecnologia em São Paulo, com dados referentes à produção paulista no setor. O levantamento, que será o capítulo de um livro a ser publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, aponta que há três características essenciais que diferenciam, qualitativamente, o dispêndio em P&D realizado pelo Estado de São Paulo em relação ao restante do país. Essas três características foram o foco da apresentação feita pelo diretor científico da FAPESP no evento do Palácio dos Bandeirantes. A primeira característica é que a despesa total em P&D em São Paulo que atingiu 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual em 2011 é substancialmente maior do que a verificada nos outros estados brasileiros de, em média, 0,9% do PIB e é comparável à de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como Reino Unido, Canadá, Portugal e Espanha. A segunda especificidade paulista, de acordo com o levantamento, é que a maior parte do dispêndio em P&D no Estado de São Paulo 61% é realizada por empresas, enquanto a média de outros estados é de 25%. E a terceira característica é que os dispêndios públicos estaduais em P&D representam 63% do total do gasto público em P&D feitos no Estado de São Paulo; no restante do Brasil, eles representam 33% do gasto público total nessa área. Essas três características obrigam o Estado de São Paulo a ter um plano próprio de CT&I, pois os desafios que enfrenta são diferentes dos do país como um todo, avaliou Brito Cruz, que é membro do Concite. O plano é muito importante para focalizar e estimular as ações das várias organizações que integram o sistema paulista de ciência, tecnologia e inovação, indicou. A metodologia proposta para a elaboração do plano prevê a utilização de uma ferramenta, chamada Delphi Mediation Online System (Demos), por meio do qual os participantes do Concite serão consultados para estabelecer consensos. Essa ferramenta facilita o desenvolvimento de um processo aberto e participativo de coleta de informações e opiniões. Trata-se de um processo no qual os participantes terão a possibilidade de opinar, de avaliar opiniões discordantes e interagir com os demais na busca de posições que sejam capazes de gerar posicionamentos compartilhados, explicou Cintra. A ideia é que, quando for concluído, o plano seja periodicamente revisto. Ele deverá prever a revisão das normas regulatórias, propor instrumentos de alavancagem de P&D e CT&I, de forma a estreitar os laços de cooperação entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, e agilizar a transformação do conhecimento em produtos e serviços. (Agência Fapesp)

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