Segunda geração de biocombustíveis: Petrobras desenvolve tecnologia
A Petrobras inicia mais uma etapa no desenvolvimento tecnológico para produção de biocombustíveis. Com o projeto de pesquisa do bioetanol (etanol de lignocelulose) – biocombustível produzido a partir de resíduos agroindustriais – a Petrobras entra na segunda geração de biocombustíveis e contribui para o fortalecimento da vocação do Brasil para energias renováveis.
Depois da etapa de testes em laboratório, o projeto de produção de bioetanol passa para a fase de testes em escala piloto, por meio de uma unidade experimental instalada no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. Desenvolvida em parceria com a empresa brasileira Albrecht, a planta piloto de etanol de lignocelulose é única no Brasil utilizando a tecnologia enzimática.
Para a produção de etanol a partir de resíduos agroindustriais, a planta utiliza um processo de quebra de moléculas com ação de enzimas. O projeto foi desenvolvido pela Petrobras em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras universidades brasileiras. “O trabalho em conjunto da Petrobras com universidades começou em 2004, integrando a experiência acadêmica à capacidade tecnológica do Cenpes nesta área”, lembrou a coordenadora do projeto, a pesquisadora Lídia Santa Anna.
De acordo com a pesquisadora, qualquer rejeito vegetal pode ser utilizado na planta experimental, mas o sistema esta ajustado ao bagaço de cana-de-açúcar, por ser o resíduo agroindustrial mais expressivo no país. Outra matéria prima que será utilizada nos testes é a torta de mamona, resíduo amiláceo do processo de produção do biodiesel a partir de mamona.
A planta experimental é capaz de produzir cerca de 220 litros de etanol por tonelada de bagaço de cana-de-açúcar. Nesta etapa do projeto, os pesquisadores trabalham na otimização deste processo de produção e tem como objetivo alcançar a marca de 280 litros por tonelada de bagaço no mesmo equipamento.
A planta-piloto de bioetanol de lignocelulose coloca a companhia na posição de vanguarda em relação aos biocombustíveis de segunda geração, aqueles produzidos a partir de resíduos agroindustriais e que não competem com a produção agrícola voltada para alimentos.