O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma) estima crescimento de 8% para o faturamento do setor neste ano, alcançando quase R$ 36,4 bilhões. Em número de unidades vendidas, a previsão é superar o patamar recorde de 1,8 bilhão de caixas, registrado 1997. A estabilidade da economia brasileira ampliou o acesso da população a planos de saúde e a compra de medicamentos. Outra razão é que a crise financeira global provocou uma estagnação dos mercados de países desenvolvidos, que não devem apresentar crescimento superior a 3% nos próximos anos. Com isso, aumentaram as oportunidades nos chamados países emergentes. A Sanofi-Aventis e a Eurofarma são dois exemplos do atual movimento dos laboratórios farmacêuticos no País. Com a perspectiva de forte expansão dos negócios nos próximos anos, grupos nacionais e estrangeiros se lançaram numa corrida para assegurar uma fatia maior do mercado brasileiro de medicamentos. Como resultado, especialistas calculam em mais de R$ 3 bilhões o volume de investimentos só neste ano, metade disso voltado apenas para aquisições. “Não vamos ficar fora dessa briga”, diz o diretor da Área Internacional e de Exportação da Eurofarma, Wesley Pontes. Estabilidade da economia amplia acesso a remédios De acordo com a consultoria IMS Health, em 2011 o mercado brasileiro deve ultrapassar o da Inglaterra; no mesmo período, os chineses comprarão mais medicamentos do que franceses e alemães. Ainda pelos dados da consultoria, os 15 maiores grupos farmacêuticos do mundo têm hoje menos de 10% de suas vendas originadas em países emergentes – e esse quadro terá de ser alterado, se quiserem continuar no azul. O mercado brasileiro também tem sido alimentado pela perspectiva de quebra de patentes de diversos remédios. Até 2012, 30 perderão sua proteção legal no Brasil. É o caso do campeão de vendas Viagra, da americana Pfizer, cuja validade expirou no último dia 20 de junho. O fim das patentes vai estimular a produção de genéricos, e as estimativas apontam para uma explosão no volume de negócios. A previsão é que o segmento passe a movimentar até R$ 900 bilhões extras entre 2010 e 2012 por conta dos medicamentos de marca que vão perder a patente neste período. Em 2009, a venda de genéricos representou 15% do faturamento total dos laboratórios no Brasil, contra menos de 10% cinco anos atrás. “Se esse prazo for ampliado até 2014, é possível falar em um mercado em potencial de mais de R$ 2,6 bilhões”, diz o vice-presidente de mercado da EMS, Waldir Eschberger Júnior, que avalia a possibilidade de abrir capital e, com os recursos, alavancar sua expansão. A agitação pode ser medida também pelo volume de negociações em andamento. O País abriga cerca de 80 laboratórios de genéricos, a maioria de pequeno porte. Para fugir da valorização desses ativos, alguns laboratórios brasileiros também estão aproveitando para aumentar sua área de influência em outros países. Um dos interessados é a EMI, que já exporta para mais de 30 países da América Latina, Europa, África, Ásia e Oriente Médio. Há duas semanas, a Eurofarma – outro que considera a abertura de capital – anunciou a compra do Laboratório Gaultier, no Uruguai. O grupo brasileiro já é dono da argentina Quesada. “Queremos ser uma multinacional verde-e-amarela no setor”, disse Pontes, explicando que a meta é estar presente em 90% do mercado latinoamericano até 2015. (Fonte: O Globo)

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