Gestores públicos, pesquisadores e executivos de empresas do setor mineral estiveram reunidos no dia 28 de agosto, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para discutir os desafios, gargalos tecnológicos para alavancar a área no Brasil e acompanhar as tendências mundiais. O encontro, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), teve por objetivo coletar subsídios para a formulação de políticas públicas na área. Maior conhecimento geológico do território brasileiro, formação de recursos humanos, maior eficiência energética, estrutura logística, planejamento, ampliação da competitividade e agregação de valor em vários recursos explorados estão entre os desafios discutidos na reunião, especialmente no segmento de minerais considerados estratégicos, como terras-raras, lítio, silício, agrominerais e recursos minerais do mar. Ao destacar a política mineral brasileira, o marco regulatório do setor em tramitação no Congresso e as parcerias estratégicas com o MCTI, o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Carlos Nogueira, lembrou que o Brasil produz 80 bens minerais e que a mineração e a transformação mineral representam 3,8% do Produto Interno Brasileiro (PIB), movimentando US$ 39 bilhões por ano (valor de 2013). “O telefone celular e a televisão digital, por exemplo, sem terras-raras não seria possível [fabricar]. Então há a necessidade de desenvolver essa indústria aqui para utilizar esses minerais que também podemos produzir”, ressaltou o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do MME, Elzivir Azevedo Guerra, ao comentar o problema de fornecimentos de concentrados de terras-raras, verificado em 2010, devido à limitação de cotas de exportação da China, o que elevou o preço de alguns produtos. “Daí a necessidade de se investir nesses minerais, que têm mercado pequeno, mas com importância estratégica muito grande para a economia e para as tecnologias da sociedade moderna. Se queremos aumentar a nossa industrialização temos que dominar o ciclo de produção desses minerais que são importantes para essas tecnologias de ponta”, enfatizou Guerra. O diretor também observou que o país importa potássio, para a produção de fertilizantes agrícolas, e carvão metalúrgico. Por outro lado, lembrou o representante do MME, outros minerais são considerados estratégicos pela sua produção, pela abundância e pelo valor comercial na balança comercial brasileira. É o caso do nióbio e do minério de ferro. Noventa e dois por cento do ferro nióbio mundial utilizado para aumentar a resistência do aço em tubulações, em aviões e turbinas é produzido pelo Brasil, praticamente o único fornecedor, ao lado do Canadá. O minério de ferro, por sua vez, é responsável por 80% da produção mineral brasileira. “Precisamos ser capazes de produzir com eficiência as nossas commodities e de desenvolver tecnologias, ter insumos, máquinas, serviços que possibilitem essa produção”, comentou Guerra. (MCTI)

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