Aproximar industriais e pesquisadores para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis no setor produtivo. Esta foi a proposta da primeira rodada de inovação da rota estratégica do setor metal mecânico, promovida pelos Observatórios Sesi-Senai-IEL, do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Durante uma tarde, foram realizados 87 encontros entre 16 empresas e 22 pesquisadores. Jan Haasjes, da Comprabrás Produção e Comércio de Compostos, viajou de Castrolanda até Curitiba para pesquisar o reaproveitamento do gás metano, produzido por suínos de sua granja. Com 850 matrizes e uma produção de 500 suínos por semana, o empreendedor holandês pretende adaptar os motores a diesel dos veículos utilizados em sua propriedade, e torná-los aptos para o uso do metano. “Sei que existe esta tecnologia, mas não consigo acessá-la. Com este encontro, estou confiante de que algum pesquisador poderá me ajudar”, revelou. “Existe uma demanda prática das indústrias, as universidades têm recursos humanos e laboratórios para atender a estas necessidades, e a Fiep tem a expertise para aproximar estes dois setores. Estamos aqui para buscar sinergia com instituições que possam nos ajudar com melhorias em processos internos, com inovação”, contou o empresário Adriano Moreno, da SDS Plasma, desenvolvedora de uma tecnologia que quadriplica a vida útil do aço e do ferro fundido. Roque Gonzales Borgonovo saiu do encontro com perspectivas de acordo com três grupos de pesquisas. “Os processos no setor metalmecânico são muito dinâmicos e requerem atualização constante. Por outro lado, há muitas oportunidades em desenvolvimento no meio acadêmico. Este encontro pode mudar alguns rumos daqui em diante”, disse o industrial da Gauss Autopeças, que comercializa com 40 países. Borgonovo conheceu algumas linhas de pesquisa desenvolvidas pelo Instituto Senai de Inovação (ISI) de Eletroquímica – inaugurado em Curitiba em 2013 – que poderão ser aplicadas a seu negócio. “Quero aprofundar esta conversa com o ISI. Acredito que poderemos desenvolver aqui, dentro do Campus da Indústria, alguns materiais que hoje temos que importar”, contou. O encontro surpreendeu também os pesquisadores, como Geraldo Trabaquini e Cesar Yutaka Ofuchi, da Engaut, uma spin off da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). “Não é fácil reunir estas duas pontas – pesquisa acadêmica e setor produtivo. Acredito que neste encontro houve um grande avanço”, avaliou Trabaquini. “O ideal é termos agora acesso a um banco de informações, com o perfil de cada industrial que esteve neste encontro, para podermos visualizar com mais profundidade suas atuações, e oferecer nossa experiência para possíveis trabalhos em conjunto”, completou Ofuchi. (Fiep)