O dilema acionário da fábrica de semicondutores SIX arrepia os responsáveis pela política de informática no governo. Em Ribeirão das Neves-MG, ao lado de Belo Horizonte, vão sendo erguidos os três andares da fábrica, em obra prevista para terminar até o fim do ano. Comprometido com três quartos do dinheiro para fazê-la funcionar, o poder público pode acabar com uma segunda Ceitec. A iniciativa é tratada como estratégica e, no desenho da política, suplementar à estatal gaúcha. Mas lá também houve desembarque do sócio privado, ainda que o papel da Freescale fosse distinto daquele que o grupo EBX, do empresário Eike Batista, desempenha na fábrica mineira. A fábrica é estratégica para o desenvolvimento de um ecossistema. O fluxo de tecnologia, a formação de uma rede de fornecedores, o know how já seriam imprescindíveis. A questão é preocupante, mas os outros parceiros vão buscar outra solução e ela virá, aposta o coordenador de microeletrônica do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Henrique Miguel. A preocupação é natural com o destino do grupo EBX, de Eike Batista, que vem se desfazendo das participações nos diferentes setores em que atua. O sócio capitalista tem, nominalmente, um terço da empreitada. Mas aqueles elementos imprescindíveis continuariam garantidos pelo parceiro tecnológico, a IBM. No Ceitec, a fabricante de semicondutores Freescale seria o parceiro tecnológico, mas o projeto sofreu com a independência da empresa resultante da reestruturação da Motorola. O sócio capitalista, no caso, manteve-se o mesmo, o governo federal. Pelos números, seria válido dizer o mesmo da SIX. Nominalmente, a EBX tem 33% da fábrica. Na prática, quase todo o dinheiro do R$ 1 bilhão previsto é público. O BNDES tem outros 33% do capital (BNDESpar), algo como R$ 245 milhões, mas financiou mais R$ 267 milhões. Há, ainda, cerca de R$ 200 milhões do papagaio firmado com a Finep. Só aí estariam comprometidos mais de R$ 710 milhões. Mas ainda há 7% do capital bancado pelo governo de Minas Gerais. Poderiam também ser contabilizados os incentivos fiscais a empreitada garantiu as isenções de PIS, Cofins e IPI previstas no PADIS, o programa federal de apoio à indústria de semicondutores. Além do fator IBM, que tem quase 20% da sociedade SIX, a aposta em uma solução se fia na política de incentivos ao setor. Nela, a Ceitec está no mercado dos chips de 600 nanômetros, enquanto a futura fábrica em Minas promete atuar no de 130 a 90 nanômetros. Vistas como suplementares, dariam mais motivos para atração de elementos da cadeia produtiva. (Com informações do Convergência Digital)

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