A tentativa da bancada da ciência para acelerar no Senado Federal a análise da PEC da Inovação (Proposta de Emenda à Constituição n° 12/2014) não deverá surtir efeito. Há quase um mês aprovada pela Câmara dos Deputados, a medida se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), sob relatoria do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). O parecer final do parlamentar, item necessário para que a matéria saia da comissão, se encontra em estágio embrionário e não deverá ser concluído tão brevemente. Na terça-feira, dia 20 de maio, o deputado Sibá Machado (PT-AC), um dos congressistas no fronte pela aprovação da medida, se reuniu com Braga para poder fazer um acordo, a fim de agilizar a tramitação da PEC. O senador está com a matéria em mãos há apenas 10 dias, depois de um processo que se arrastou por aproximadamente três anos. No encontro, o petista salientou a importância de se manter o texto da matéria e votá-la rapidamente. Mas a conversa, considerada produtiva por ambas as partes, parece não ter sido suficiente para convencer o senador, que deseja ouvir mais grupos sobre a proposta. O encontro com os interessados na PEC se daria em formato de audiência pública, sem uma data exata para acontecer. Na opinião do relator da PEC na Câmara, o deputado Izalci (PSDB-DF), caso a audiência pública seja realizada, ela representará apenas um atraso para todo o processo. O que o relator do Senado tinha que entender é que a matéria passou por um processo de debate de vários anos, sendo inclusive sugestão do próprio segmento. Eu acho que é perda de tempo. Tínhamos que agilizar e votar esse ano. Essa audiência pública, se é que ele vai fazer, só vai atrasar e atrapalhar a votação, lamentou. A crítica do parlamentar também se estendeu para o seu colega de bancada, o deputado Sibá Machado. Segundo Izalci, a estratégia escolhida não foi a mais sensata. Eu havia sugerido no dia do Congresso ABIPTI, que todos [classe científica] viessem fazer uma visita porque quando você pede um deputado só para falar com o outro, ou com um senador, não tem o mesmo resultado, informou. Izalci adiantou que se, de fato, tiver uma nova audiência para tratar do caso, a PEC da Inovação só deverá ser promulgada em 2015. O parlamentar, no entanto, quer ainda convencer Eduardo Braga a desistir da ideia de se criar mais debates sobre a matéria. Ele explicou que para isso será necessário uma mobilização das instituições de ciência e tecnologia (ICTs) para pressionar o relator. Já foram realizadas dezenas de encontros para discutir a PEC. Ela atende tudo que o setor solicitou. Diversas entidades do governo já trabalharam nela como MEC [Ministério da Educação], MCTI [Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação], Casa Civil. Não tem o que debater mais, desabafou. (Agência Gestão C,T&I)

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