Pesquisadores em várias regiões do país buscam alternativas para aproveitar o potencial das microalgas. Além da possibilidade de produção de biodiesel, uma das vertentes consideradas promissoras em tempos de mudanças climáticas e de previsões de progressivo aquecimento global , é o cultivo associado a tecnologias que permitam a redução de gases de efeito estufa, diante da capacidade das microalgas de assimilarem o dióxido de carbono (CO2) do ar. Pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por exemplo, trabalham com a reprodução de microalgas em água de produção de petróleo. “Para nós é um resíduo poluente, mas para as microalgas um ótimo meio para o seu crescimento, o que possibilita gerar energia limpa no processo e contribui para o tratamento e a recuperação da água”, explica a coordenadora do Laboratório de Investigação de Matrizes Vegetais Energéticas, Juliana Lichston, que conduziu o projeto de pesquisa até novembro de 2012. A pesquisadora conta que a iniciativa faz parte de um projeto mais amplo para produção de biodiesel a partir de microalgas, iniciado em novembro de 2009, que culminou, em abril de 2012, com a inauguração da primeira planta piloto do Brasil, patrocinada pela Petrobras. A planta piloto localiza-se em Extremoz, no Centro Tecnológico de Aquicultura da UFRN, e visa, de forma prática, constatar o potencial de produção de biomassa algal em grande escala e a qualidade do óleo extraído para conversão deste em biodiesel. “Os resultados obtidos com a pesquisa UFRN-Petrobras são bastante promissores, o desafio é aliar os resultados científicos ao mercado nacional viabilizando a produção industrial biocombustível”, ressalta Juliana. “Essa produção numa escala industrial poderá alavancar a produção nacional de biodiesel apresentando várias vantagens ambientais e econômicas”, reforça. Em relação à produção de óleos, ela explica que as microalgas, em laboratório, chegam a ser 30 vezes mais produtivas que as oleaginosas convencionais como a mamona, girassol, soja e palma. Além disso, a área ocupada na sua produção pode ser mais de 100 vezes inferior à das culturas tradicionais. “São necessários apenas 2.500 hectares [ha]para abastecer uma refinaria de 250 mil toneladas, contra a necessidade de 500 mil ha de soja e de 250 mil ha de girassol para produzir a mesma quantidade de óleo”, compara. Entre outras vantagens, as microalgas têm a capacidade de assimilar o CO2 do ar, reduzindo a emissão de gases e o efeito estufa para a atmosfera; gastam uma menor quantidade de água; e não competem com outras culturas alimentares, já que não precisam de terra fértil e podem ser cultivadas sobre áreas improdutivas. Apesar de todas essas vantagens, a pesquisa visando à produção de óleo para biodiesel tem dois grandes desafios: comprovar a potencialidade e a economia da produção em larga escala e encontrar outras espécies que produzam grandes quantidades de óleo. (Agência Fapesp)

Av. Prof. Almeida Prado, 532
Prédio 53 – Butantã – 05508-901
Comunicação: comunicacao@anpei.org.br
Gabriela – +55 11 98886-6581
relacionamento@anpei.org.br
© 2024 ANPEI - Todos os direitos reservados.