Pesquisa apoiada pelo Grupo Ultrapar, e co-orientada engenheiro químico, membro do Conselho de Administração da Ultrapar e presidente do Conselho Superior da Anpei, Pedro Wongtschowski, resultou em um livro que auxiliará a indústria química a determinar de forma precisa o prazo de validade de um produto químico, um problema recorrente do setor. O livro Shelf Life para a Indústria Química foi lançado no dia 10 de dezembro. A obra enumera quais testes devem ser realizados em estudos de estabilidade, que, por sua vez, indicarão até quando determinada substância química atende os requisitos mínimos de qualidade e aplicabilidade. Os testes incluem fatores relacionados a condições de temperatura, umidade, luz e embalagem, por exemplo, e podem ser aplicados em linhas de produção de diversos segmentos de atuação da indústria química. Os estudos que deram origem ao livro foram realizados durante o doutorado de Luciana Rodrigues Oriqui, orientada por Milton Mori, professor da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (FEQ/Unicamp), e co-orientada por Wongtschowski. Dialogamos para encontrar um tema relevante do ponto de vista acadêmico que, ao mesmo tempo, apresentasse soluções para um problema efetivo da indústria química brasileira. Surgiu, então, a questão da determinação do shelf life [prazo de validade, em inglês] que, até o momento, é muito mais arte do que ciência e queremos transformar em mais ciência e menos arte, disse Wongtschowski durante o lançamento do livro. A frase remete à ausência de estudos de estabilidade específicos para o setor de produtos químicos, que contava até então apenas com parâmetros da indústria farmacêutica na atribuição dos prazos de validade. Entre as consequências dessa carência está o descarte de produtos que comportariam uma validade adicional, causando prejuízos à indústria, elevando o preço do produto final que chega ao consumidor e, por vezes, provocando danos ambientais. De acordo com os autores, Shelf Life para a Indústria Química deve favorecer também importadores e exportadores de produtos químicos. Para quem importa, não é incomum o recebimento de mercadorias sem prazo de validade preestabelecido, uma vez que em muitos países a indicação não é obrigatória. Por outro lado, o Código de Defesa do Consumidor estabelece que todo produto comercializado no Brasil tenha o prazo de validade expresso em seu rótulo, tornando necessários os estudos de estabilidade. Já entre os exportadores, o entrave está na falta de parâmetros claros para atender exigências do regulamento europeu Registration, Authorization and Restriction of Chemicals (Reach) e, assim, assegurar certos mercados. Sem padronização, tanto produtores como importadores e exportadores ficam perdidos, disse Mori. No livro, Oriqui, Wongtschowski e Mori afirmam que, em 2012, o setor de produtos químicos foi responsável por 19% das importações e 6% das exportações totais do Brasil. E que, no primeiro quadrimestre de 2013, houve crescimento de 7,1% no consumo nacional de produtos químicos de uso industrial, elevando as importações em 29,4%. A pesquisa continua. Oriqui está fazendo o pós-doutorado, novamente sob a orientação de Mori e Wongtschowski, desenvolvendo testes em laboratório para aplicar os parâmetros já estudados. Essa próxima etapa da pesquisa deverá ter pelo menos mais 30 meses de trabalho. A Oxiteno, do grupo Ultra, e a empresa Nanotimize Tecnologia Ltda. apoiam o projeto. Quatro produtos químicos cada um representando os segmentos farmacêutico, cosmético, alimentício e outros (incluindo o petrolífero, o de couro, o de tintas e o de pesticidas) estão sendo testados a fim de que as conclusões possam ser extrapoladas para outras substâncias com as quais tenham semelhanças. Outro parceiro da pesquisadora foi o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), que ajudou a validar os parâmetros definidos para os estudos de estabilidade na zona climática em que se encontra o Brasil. Mais informações: www.elsevier.com.br/site/produtos/shelflife. (Com informações da Agência Fapesp)

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