Uma tecnologia desenvolvida na Unicamp permite economizar 20% no consumo das baterias de dispositivos móveis. A inovação poderá ser implementada por meio de um programa integrado ao software embarcado (sistema embutido) do aparelho. Para que chegue ao mercado é necessário que fabricantes do setor tenham interesse em aproveitar a tecnologia. O pedido de patente já foi depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O desenvolvimento do sistema foi coordenado pelo físico Varese Salvador Timóteo, docente do Departamento de Informática da Faculdade de Tecnologia (FT). Ele informa que o método é voltado aos dispositivos móveis que utilizam a rede de dados de terceira geração (3G). Quando a 3G foi implementada no Brasil percebemos que a duração da bateria era muito precária em comparação com os sistemas antigos. Num sistema de segunda geração, por exemplo, o telefone ficaria uma semana inteira sem precisar de recarga. E num smartphone 3G, com a rede de dados ativa, a bateria dura algumas horas. Isso é muito nítido, o tempo inteiro você precisa ficar plugado, recarregando, enfatiza o professor da Unicamp. A pesquisa que culminou na tecnologia para reduzir o consumo das baterias integrou mestrado defendido no final de 2011 pelo tecnólogo em telecomunicações e informática Tito Ricardo Bianchin Oliveira, e foi orientada pelo professor Varese Timóteo. O trabalho também contou com a participação do docente Edson Luiz Ursini, como co-orientador. Implementar o sistema nos aparelhos por meio de parcerias com fabricantes do setor é um dos desdobramentos. O outro seria adaptar a tecnologia para funcionar também em dispositivos móveis 4G [quarta geração], que deverá ser implementada nos próximos anos. Também iremos participar do Desafio Unicamp, uma competição de inovação tecnológica realizada pela universidade, revela. O orientador do estudo esclarece que a origem do alto consumo de energia na rede 3G está relacionada ao tempo em que os aparelhos ficam com os canais de tráfego ativados. Ao transferir uma foto, por exemplo, o seu dispositivo recebe pacotes de dados que contém a informação correspondente àquela foto. Só que o aparelho recebe também outros pacotes, que chamamos de pacotes indesejados. Eles não têm serventia, mas também são responsáveis pela ativação dos canais de dados, especifica. Ao receber estes pacotes, o dispositivo móvel verifica e descarta aqueles indesejados. Mas isso requer o processamento, o que consome energia, exemplifica. Para solucionar o problema, é preciso prever o melhor momento de ativar e desativar os canais de dados. Para tanto é necessário conhecer o tráfego, aponta o físico da FT. A partir deste conhecimento é possível propor uma transição mais eficiente entre os diferentes canais utilizados pelos dispositivos. As operadoras estipularam um valor fixo para o temporizador responsável pelo controle destas transições, que variam conforme o tráfego da rede. O objetivo seria otimizar o consumo de energia. Mas por ser estático cada operadora determinou um valor fixo o sistema não é tão eficiente, pois o valor do temporizador não vai ser adequado em qualquer condição de tráfego. O que nós fizemos foi uma sofisticação no comportamento do telefone. Ao invés do dispositivo usar este valor fixo estabelecido pela operadora, ele passa a fazer a transição com base em um modelo de predição, acoplado ao software que processa os dados no telefone. Este modelo prevê, com base na observação do tráfego de pacotes, qual é o melhor valor para o temporizador, indica Varese Timóteo. Deste modo, a solução funciona dinamicamente em tempo real conforme o tráfego da rede. Isso porque o aparelho já não depende mais dos valores fixos estipulados pela operadora da rede. Com o sistema, não é necessário alterações no padrão da rede, nem no hardware do aparelho. Os modelos de simulação foram validados usando dados reais das redes móveis 3G. Simulamos o comportamento do dispositivo usando o valor fixo da operadora e, depois, com o nosso sistema, que é dinâmico. A estimativa é de uma economia de 20% de energia, um valor bastante considerável, conclui. (Com informações do Jornal da Unicamp)

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