Criação dos chamados institutos nacionais de ciência e tecnologia representa uma inovação sem precedentes
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) faz parte do seleto grupo de instituições brasileiras dotadas de novos centros de excelência em pesquisa. A criação dos chamados institutos nacionais de ciência e tecnologia (os INCTs) representa uma inovação sem precedentes no setor. Os recursos investidos pelo governo federal nos projetos recebem uma contrapartida, de valor idêntico, das agências de fomento controladas pelos estados. Sem considerar rivalidades partidárias, esferas administrativas se unem para a difusão do conhecimento. No lançamento da primeira fase do programa, em outubro, o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou que os 101 INCTs receberiam investimento total de R$ 523 milhões. Na quarta-feira da semana passada, no entanto, 22 novos programas passaram a ser contemplados com recursos. O aporte adicional, de R$ 58 milhões, também passa a ser compartilhado entre Brasília e as fundações estaduais de amparo à pesquisa. Os idealizadores conseguiram ampliar o leque de projetos atendidos por causa do apoio estratégico da Petrobras, que vai repassar R$ 21 milhões a centros envolvidos com a geração de energia. A assinatura do contrato mostra que, nesta segunda fase, as empresas e a comunidade científica vão ter lugar à mesma mesa. A inovação da produção industrial entrou na pauta das pesquisas, explica Daniel Pereira, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp. De acordo com o professor Pereira, as notícias do Palácio do Planalto devem orgulhar Campinas. Acontece que, dos 22 novos projetos aprovados por um conselho nacional de pesquisadores científicos, nove são sediados no Estado de São Paulo. E, desses nove, quatro são da Unicamp. Além desses quatro novos INCTs, a instituição campineira já tinha cinco projetos na primeira lista de aprovados, anunciada há pouco mais de dois meses. Como a universidade tinha apresentado 20 propostas à equipe de avaliadores, quase metade delas acabou contemplada. Resultado importante, levando-se em consideração que o governo recebeu 261 propostas do Brasil inteiro, após a publicação do edital público. Na opinião do professor Pereira, trata-se de reconhecimento à instituição campineira. Ele lembra, por exemplo, que a Universidade de São Paulo (USP) recebe merecidos elogios respondendo por 26% da produção científica nacional. Mas, no campus da Capital paulista, estão alocados 5,3 mil pesquisadores. A Unicamp, com 1,8 mil cientistas, responde por 10% da produção nacional. Campinas conta, assim, com a maior produção científica per capita do Brasil, fala. Também é importante ressaltar, na visão do professor Pereira, que o plano de ação científica lançado pelo ministério integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Existe um cronograma que prevê investimentos na consolidação do sistema nacional de ciência e tecnologia, com o incremento da pesquisa voltada ao desenvolvimento social. Como funciona Um INCT é, na verdade, uma rede de laboratórios associados, com pesquisadores de diversas unidades de determinada instituição, mas também reforçada com a presença de profissionais de outras instituições. A sede escolhida fica onde está lotado o coordenador. Ao profissional cabe ordenar o projeto e responder pela execução orçamentária. Nada impede, por exemplo, que um físico da USP ou da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trabalhe em um instituto campineiro, ou vice-versa. O repasse financeiro a cada instituto depende do programa apresentado para avaliação. Eles se dividem em três faixas básicas: R$ 9 milhões, R$ 6 milhões, R$ 3 milhões. As verbas devem financiar as atividades de cada INCT por três anos. Saiba mais O Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional criou 123 centros de excelência para as mais diversas áreas de conhecimento, como saúde, engenharias, física, matemática, biotecnologia, nanotecnologia, ciências sociais, agronegócios, tecnologia da informação e comunicação, biodiversidade, meio ambiente e geração de energia. As pessoas interessadas em obter informações detalhadas sobre os nove INCTs campineiros podem entrar em contato com a pró-reitoria de pesquisa, pelo e-mail prp@reitoria.unicamp.br (Fonte: http://www.cosmo.com.br/noticia/21546/2009-02-13/unicamp-tem-nove-centros-de-excelencia-em-pesquisa.html)