Coproduto resultante da fabricação do aço, a escória de aciaria tem sido, nos últimos anos, utilizada na pavimentação asfáltica, lastro ferroviário e agricultura – como corretivo de solo. A versatilidade do produto, no entanto, vai além. Uma pesquisa desenvolvida pela Usiminas, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mostra que a escória é também um excelente insumo para a produção de vitrocerâmica – material com propriedades superiores às cerâmicas convencionais, obtido a partir da cristalização controlada do vidro. Concluída no final dos anos 90, apenas agora o pedido de patente, requerido pela Companhia para a vitrocerâmica de escória, foi deferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O pesquisador Luís Augusto Marconi Scudeller, que liderou a equipe da Usiminas na pesquisa, acredita no potencial do negócio. De acordo com Scudeller, as vitrocerâmicas produzidas a partir da escória de aciaria são ideais para revestimentos arquitetônicos considerados top de linha, tais como grês-porcelanato, pastilhas e pisos autossustentáveis, pois possuem características mais atrativas que as cerâmicas convencionais, como maior resistência mecânica (não se quebram facilmente) e maior resistência à abrasão (suportam tráfego intenso de pessoas e de máquinas pesadas). Na verdade, a vitrocerâmica competiria mais com o granito, devido ao seu patamar superior em relação às demais cerâmicas, afirma o pesquisador. Estudos preliminares mostram que as vitrocerâmicas têm preço de custo em torno de US$ 50 o metro quadrado. O desafio será conseguir um custo ainda mais competitivo, já que as matérias-primas utilizadas (escória e areia) são baratas. O que encarece é a tecnologia empregada, explica Scudeller. O potencial de consumo de pisos fabricados a partir da escória de aciaria é de 400 mil metros quadrados anuais, segundo o pesquisador Eduardo Bellini, que participou do estudo juntamente com Edgar Zanotto e Cátia Fredericci, todos da UFSCar. Esta estimativa leva em conta um mercado de 20 milhões de pessoas (Baixada Santista, Grande São Paulo e Vale do Aço, áreas de influência direta da Usiminas), o que geraria um faturamento de cerca de US$ 20 milhões anuais, afirma Bellini. Cada tonelada de escória pode produzir de 1,5 a 2 toneladas de vitrocerâmica. Segundo Luís Scudeller, a patente gerada no desenvolvimento do projeto poderá ser negociada com empresas de cerâmicas interessadas em produzir o material. (Com informações da Usiminas)

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