Apoio à cooperação entre empresas e ICTs atrai iniciativa privada
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) comemora os resultados alcançados pela carta-convite ICTs – Empresas – 06/2006. A ação, que prevê o apoio a projetos de inovação realizados em cooperação por médias e grandes empresas e institutos de pesquisa, atraiu alguns dos mais importantes grupos brasileiros.
Segundo o técnico da Finep Eduardo Lopes, a demanda superou as expectativas, tanto em número como na qualidade das propostas. No total, foram recebidos 312 projetos, oriundos de 204 empresas. “Para se ter uma idéia, o montante que será aplicado nessa ação é de R$ 67,5 milhões, mas o valor solicitado atingiu os R$ 193 milhões. Isso significa muito trabalho, pois há diversos bons projetos e infelizmente vários terão que ficar de fora”, diz Eduardo. Existe a possibilidade da liberação de recursos adicionais, proposta que está sendo estudada pela diretoria da Finep em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Candidataram-se ao financiamento desde clientes tradicionais da Finep, como Sadia, Embraer e Braskem, até potenciais novos parceiros, entre eles a Companhia Vale do Rio Doce, a Leão Jr (Matte Leão), a Agropalma e o Grupo Fischer. “São empresas que fazem a diferença na economia nacional e, muitas delas, no mercado mundial. Grande parte do PIB brasileiro está aqui”, explica Denise Carvalho, Superintendente da Área de Inovação para a Competitividade Empresarial da Finep.
Na primeira etapa de julgamento, concluída dia 26 de julho, foram selecionadas 239 propostas de 176 empresas, em um total solicitado de R$ 152 milhões. Todas participam agora da segunda fase, quando serão definidas as beneficiadas. O resultado final será divulgado dia 25 de outubro.
A carta-convite é uma ação transversal que prevê a aplicação de recursos não-reembolsáveis oriundos dos fundos setoriais (R$ 55,7 milhões), do FNDCT – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (R$ 6,6 milhões) e do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (R$ 5,4 milhões). Além disso, as empresas participantes aportarão nas ICTs uma contrapartida financeira equivalente a 50% do valor do projeto.
Denise faz questão de ressaltar ainda que a carta-convite, ao aproximar a Finep de um significativo universo de empresas, abre um caminho promissor para que sejam ampliadas também as ações de financiamento reembolsável, especialmente através do “Pró-Inovação”. O programa oferece crédito para projetos inovadores a uma taxa de juros anual que varia entre 7,5% e 2,5%. É o dinheiro para desenvolvimento tecnológico mais barato do Brasil. Hoje, a Selic, taxa de juros básica utilizada pelo mercado, é de 14,75% ao ano.
Outra ação que pode ser integrada é a subvenção econômica. A Finep terá, em 2006, R$ 209 milhões para aplicar nessa modalidade, novidade da Lei de Inovação que permite a aplicação de dinheiro público diretamente nas empresas, com o objetivo de financiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica.