Setores menos tradicionais geram mais patentes no Brasil, mostra estudo
O setor de máquinas e equipamentos é o que mais gera patentes no Brasil. São 555 registros entre 1994 e 2003, e 988 depósitos entre 2000 e 2003. Em segundo lugar estão os artigos de borracha e plástico, com 169 registros e 362 depósitos no mesmo período. Em relação aos registros de patentes, o setor químico – tradicionalmente inovador – está em oitavo lugar e não há quantidades relevantes de patentes concedidas em nome de grandes empresas químicas ou farmacêuticas atuantes no Brasil. Esses resultados foram obtidos na análise da base de patentes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), para o projeto Índice Brasil de Inovação, trabalho que vem sendo empreendido pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), do Instituto de Geociências da Unicamp, com apoio da Fapesp. O projeto visa construir um ranking das empresas mais inovadoras do país.
As patentes foram ordenadas de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), do IBGE. Foram consideradas apenas as patentes cujo primeiro inventor seja residente no país. Os dados foram separados em patentes concedidas de 1994 a 2001 – cujo processo de concessão já se concretizou – e em patentes depositadas entre 2001 e 2003, para as quais os pedidos de registro foram feitos, mas a patente ainda não foi concedida. Os dados de registro e depósito foram classificados separadamente.
De acordo com uma das pesquisadoras responsáveis pelo trabalho, Silvia Angélica Domingues, os dados de patentes são importantes indicadores de resultado das atividades de inovação das empresas e, por isso, são essenciais ao Índice Brasil de Inovação (IBI). O Indicador de Patentes (IP), composto por patentes concedidas e depositadas, retrata melhor o resultado do esforço inovativo das empresas por representar um mix dos produtos gerados durante uma década, e não somente em um curto período de tempo.
O IBI, além de considerar os resultados das atividades tecnológicas das empresas (como as patentes e a participação dos produtos inovadores nas vendas totais), mede também os esforços realizados pelas empresas para inovar (como gastos com máquinas e equipamentos, e em pesquisa e desenvolvimento).
(Com informações da Unicamp)