Especialista do Banco Mundial afirma que Brasil precisa investir mais em comercialização do conhecimento
As diferenças existentes entre o desenvolvimento dos países emergentes na era do conhecimento. Este foi o tema principal de um estudo promovido pelo Banco Mundial e que foi apresentado nesta quarta-feira (06), último dia da VII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, realizada em Salvador (BA) desde a última segunda-feira.
A apresentação do estudo coube a Alberto Rodriguez, que no Banco Mundial tem o cargo de Especialista Principal em Educação, para quem existem gargalos fundamentais para o baixo crescimento do PIB brasileiro. Segundo ele, faltam um clima apropriado para os investimentos internacionais e uma política de inovação com envolvimento do setor empresarial. Ele também fez uma comparação entre o sistema educacional de outras nações, como China e Coréia do Sul, afirmando que o Brasil precisa ampliar a qualidade, quantidade e relevância da educação de nível superior. “A China está formando cerca de um milhão de engenheiros por ano, enquanto o Brasil chega a 30 mil. O País também está muito aquém da Coréia do Sul em relação a inovação e aplicação do conhecimento”, afirmou.
Rodriguez destacou o número de artigos produzidos por esquisadores
brasileiros, mas criticou de maneira categórica o baixo número de patentes, dizendo que existe uma grande distância entre as universidades e as empresas.
“O Brasil deve ganhar mais emprego efetivo do conhecimento, fortalecendo ainteração na área de pesquisa e desenvolvimento entre setor público,universidades e setor privado”. Para o especialista existe um enorme vazio entre o uso e a disseminação de novas tecnologias e de conhecimento dentro do setor produtivo brasileiro, o que gera uma significativa perda de escala. “Se a tecnologia é transmitida, consegue-se um aumento de produtividade e, por conseguinte, um aumento da competitividade”, disse.
Por fim, Rodriguez afirmou que o Brasil precisa melhorar o ambiente de negócios e que deve ser incrementado o desempenho do governo na criação e comercialização do conhecimento.