25/09/2017
Com foco na obtenção de produtos químicos a partir de matérias-primas renováveis, o VII Encontro da Escola Brasileira de Química Verde (VII EEBQV) reunirá, nos dias 9 e 10 de outubro de 2017, no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), convidados de renome internacional ligados à inovação neste tema. Entre os palestrantes, estarão pesquisadores brasileiros e estrange iros com trabalhos importantes na área, além de executivos de algumas das indústrias brasileiras que mais investem no tema.
“A ideia do evento é juntar pesquisadores que atuam na fronteira do conhecimento e nas indústrias para trocarem informações e identificarem os novos desafios do setor”, resume o engenheiro químico Marco Fraga, coordenador de Tecnologias Aplicadas do INT, envolvido diretamente na organização do evento. Fraga espera uma ampla participação de representantes de empresas do setor químico, ressaltando que “a Química Verde é um tema tecnológico estratégico, que visa substituir fontes derivadas de petróleo, mas também visa gastar menos energia, impactar menos o meio ambiente e trazer mais competitividade para a indústria”.
A coordenadora do Comitê Organizador do VII EEQV, Lucia Appel, pesquisadora do Laboratório de Catálise do INT, destaca que esta edição do Encontro dará ênfase na busca da síntese de produtos e intermediários químicos a partir de matérias-primas renováveis. Em foco estará a obtenção de produtos químicos a partir de açúcares, gliceri na, etanol e óleos vegetais, entre outros possíveis insumos oriundos do setor agroindustrial, por meio de processos químicos e bioquímicos. Lucia Appel observa também que o encontro se diferencia de outros eventos sobre o tema direcionados à área acadêmica, pois terá foco nas indústrias, que serão maioria entre os palestrantes e a audiência.
Os conferencistas
Nadine Essayem – pesquisadora do Instituto de Pesquisas sobre Catálise e Meio Ambiente de Lyon (Ircelyon-CNRS), lidera o grupo de pesquisa Química Sustentável: dos fundamentos às aplicações (CDFA). Preside o comitê organizador do 4º Congresso Internacional de Catálise e Biorrefinarias, que acontece em dezembro, em Lyon, França.
Franck Dumeignil – diretor da Unidade de Catálise e Química do Estado Sólido da Universidade de Lille, na França. Coordena a área de Catálise e Biocatálise do programa Genesys, voltado para desenvolvimento de biorrefinaria de lipídios, no âmbito do Programa ANR Pivert (Picardy Inovações, Ensino e Pesquisa Tecnológica) que até 2020 mobilizará 247 milhões de euros.
Joachim Venus – coordenador do programa “Material e uso energético da biomassa” e chefe do grupo de pesquisa de bioprodutos, no Instituto Leibniz de Engenharia Agrícola e Bioeconomia (ATB), em Potsdam, na Alemanha. Na Sociedade de Engenharia Química e Biotecnologia da Alemanha (Dechema), dirige o Conselho Consultivo Nacional “Biotecnologia de Recursos Renováveis”. Também representa a Alemanha no Comitê de Gestão da COST Action TD 1203 (Valorização de resíduos alimentares para produtos químicos sustentáveis, materiais e combustíveis).
John Biggs – diretor de Pesquisa e Desenvolvimento para a América Latina na Dow Chemical, uma das maiores companhias do ramo químico do mundo, falará sobre a “Estratégia de inovação da DOW em Química Verde”. Na empresa há 32 anos, já atuou como gerente de Serviços Técnicos e Desenvolvimento em Plásticos da Dow Europe, na Suíça e na Espanha; como diretor de P&D de Plásticos, na Dow Argentina; e como diretor de Serviços Técnicos e Desenvolvimento de Poli etileno, em Los Angeles, EUA.
Benóit Moreau – coordenador da Unidade de Química Verde e Bioprodutos na Haute École provinciale de Hainaut Condorcet (HEPH Condorcet), Bélgica.
Julie Dumont – adida da agência de cooperação científica Wallonie-Bruxelles International (WBI), da Bélgica, parcerias no Brasil para o cluster, que agrega empresas, centros de pesquisa e universidades da região de Valônia, na Bélgica.
Roberto Werneck – gerente de Tecnologia da Braskem, maior empresa Petroquímica do Brasil com forte atuação no exterior. Coordena o desenvolvimento de pesquisas para novos processos químicos a partir de matérias-primas renováveis e é responsável pelo suporte tecnológico à planta de eteno verde e ao polietileno verde I’m Green(TM).
Fabio Carucci Figliolino – gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Suzano Papel e Celulose, que iniciou em 2015 o desenvolvimento de uma planta-piloto para produção de produtos a base de lignina.
Luciano Zamberlan – gerente de Desenvolvimento da unidade Etanol de 2ª Geração da Raízen, principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do país e maior exportadora individual de açúcar de cana do mercado internacional.
Raquel da Silva – pesquisadora na área de Tecnologia e Inovação da Oxiteno, empresa que lidera o mercado latino-americano de tensoativos e especialidades químicas.
Nádia Skorupa Parachin – sócia cofundadora da Integra Bioprocessos e Análises, startupbiotecnológica com duas patentes de microrganismos, faz ácido lático para produção do polímero PLA. É também professora adjunta da Universidade de Brasília e professora colaboradora da Universidade Católica de Brasília (UCB).
José Marcos Ferreira – gerente de desenvolvimento de produtos na Fábrica Carioca de Catalisadores S.A. (FCC), empresa que se volta agora, também, para atividades de apoio à inovação na área de catálise e química verde.
Silvio Vaz Junior – pesquisador nível A da Embrapa Agroenergia, lidera o grupo de pesquisa Embrapa/CNPq em química renovável. É membro das principais associações nacionais e mundiais relacionadas às Ciências Químicas, incluindo o cargo de “vice-chairman” do Brazil Chapter da American Chemical Society (ACS).
Marco André Fraga – coordenador de Tecnologias Aplicadas do INT, onde também chefiou a Divisão de Catálise e Processos Químicos (2008-2017) e o Laboratório de Catálise (2002-2008). É professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto Militar de Engenharia (IME/RJ) e atuou nos três últimos anos como professor visitante do Departamento de Físico-Química da Universidade de Concepción (Chile). Recebeu o Prêmio Inventor Petrobras em três edições distintas (2009, 2011 e 2013) e o Prêmio Inventor da Universidade Federal da Bahia em 201 3.
Carolina Andrade – diretora do Instituto SENAI de Inovação Biomassa, que oferece a empresas soluções em processamento de biomassa para agregação de valor.
Guilherme Sepe – gerente de Soluções para a América Latina da Elsevier, responsável pelo treinamento e suporte a usuários de bases de dados, como Scopus, ScienceDirect, Compedex.
Submissão de trabalhos
Além dos palestrantes convidados, o evento aceitará inscrições de alunos de cursos de pós-graduação em Química, Engenharia-Química e áreas afins, que poderão apresentar trabalhos em formato de pôster e concorrer ao Prêmio Professor Arikerne Sucupira, com premiação de R$ 3 mil.
O prazo para submeter os trabalhos vai até o dia 27 de setembro.
Para mais informações e inscrições no VII EEBQV, acesse o site:
www.eebqv2017.wordpress.com.
EBQV e INT, parceria em Química Verde
A necessidade de modernizar seus processos, junto à pressão crescente da sociedade e dos órgãos reguladores na proteção ao meio ambiente e à saúde, tem levado a Indústria Química a buscar cada vez mais soluções “verdes”. Novas rotas tecnológicas sustentáveis também constituem grandes oportunidades de inovação, que se sobressaem como diferencial a procedimentos industriais já consolidados pelo setor.
Dedicada a promover no Brasil a Química Verde nas suas diversas dimensões, a Escola Brasileira de Química Verde (EBQV) realiza encontros anuais desde 2011 voltados à troca de informações entre pesquisadores atuantes no tema e à difusão de novas soluções para a Indústria Química.
A EBQV surgiu após um amplo estudo sobre os principais temas relacionados à Química Verde realizado pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), com a supervisão do seu diretor na época, Fernando Rizzo, atual diretor do INT. Agregando a participação de universidades, centros de pesquisas e empresas, o trabalho culminou, no final de 2009, com a publicação Química Verde no Brasil: 2010-2030, analisando tendências e apontando alternativas para consolidar o desenvolvimento da área.
O trabalho foi assumido como política pública pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje MCTIC, recomendando a criação da EBQV. Hospedada na Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ), a EBQV assumiu, assim, as funções de capacitar pesquisadores, promover pesquisas voltadas a transferir conhecimento para a indústria química nacional e divulgar a Química Verde junto ao público em geral.
Envolvido desde sua criação com processos que utilizem matéria-prima renovável e participante constante nessas discussões, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) foi escolhido como sede para esta sétima edição do Encontro da Escola Brasileira de Química Verde. A atuação em Química Verde no INT se intensificou e ganhou destaque a partir de 1984, quando começou a funcionar a Divisão de Catálise e Processos Químicos do Instituto, que coordena junto com a EBQV esta edição do evento. De qualquer forma, o campo de estudos é transversal e inclui outras áreas do INT e os demais centros de pesquisa e universidades participantes. As ações do Instituto também se aproximaram das empresas, com a participação do Instituto como Unidade Embrapii, desenvolvendo projetos de inovação na área de Tecnologia Química industrial.
Além do INT e da EBQV, a Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat) participa da realização do evento. Como patrocinadores, o VII EEBQV conta com Braskem, Capes, Agilent Technologies e Elsevier.
(INT)