Brasil perde posições em ranking de competitividade
O Brasil perdeu cinco posições no ranking mundial de competitividade elaborado pela escola de negócios suíça IMD e divulgado no dia 9 de maio, e ficou em 49º lugar entre 55 países e regiões econômicas. Os analistas do IMD recomendam que o país promova durante 2007 reformas nos sistemas tributário e previdenciário, bem como nas leis trabalhistas, e comece a implementar medidas que melhorem a educação em todos os níveis. Além disso, sugerem um reforço da legislação penal e criminal, visando a reduzir a corrupção e a violência, e também a introdução de iniciativas que ajudem a diminuir a pobreza e a desigualdade.
Segundo o ranking, que foi publicado no Anuário da Competitividade 2007 e é liderado pelos Estados Unidos, as seis principais economias da América Latina perderam competitividade no ano passado.
O Chile, em 23º lugar, é o país mais competitivo da região, segundo o ranking, elaborado com informação estatística e de pesquisas de opinião. Mesmo mantendo o título de nação mais competitiva da América Latina, o Chile caiu duas posições em relação ao ranking de 2005. O segundo latino-americano mais bem colocado é a Colômbia, que perdeu dois lugares e ficou em 38º.
O México tornou-se a terceira economia mais competitiva da América Latina. Mas sua melhora de posição dentro da região só aconteceu porque o país caiu menos do que o Brasil, agora quarto. O país norte-americano perdeu apenas dois lugares e ficou em 47º. Outra grande baixa na América Latina foi sofrida pela Argentina, que perdeu quatro posições na classificação geral e ficou em 51º. Argentina, Brasil e México, junto a outros países como Itália, Turquia, França e Filipinas, perderam peso relativo, afirmaram os autores do relatório.
A competitividade brasileira representa 44,7% da americana. Um ano antes, esse nível era de 46,4%. A competitividade do Chile é 68% da dos EUA (contra 69,9% em 2005), a da Colômbia, 56,8% (contra 57,35%), a do México, 45,3% (contra 44,8%), a da Argentina, 43,3% (contra 43,6%), e a da Venezuela, 30,9% (contra 32,6%).
De acordo com a IMD, a posição dos EUA, de Cingapura e Hong Kong nos primeiros lugares do ranking mundial de competitividade é ameaçada pela rapidez com que avançam as economias de China, Rússia e Índia. “Os países emergentes estão avançando rapidamente em competitividade, e a cada dia aparecem novas companhias e novas marcas em qualquer lugar do mundo”, afirmaram os analistas.
Essa nova situação “representa um desafio para a supremacia em competitividade das nações industrializadas”. Isso “pode levar a um aumento de medidas protecionistas na Europa e nos Estados Unidos”, afirmou Stéphane Garelli, diretor do estudo.
Porém, o relatório aponta que o protecionismo “pode ser mais sutil do que no passado, e agora as palavras-chave poderiam ser governança corporativa, proteção de meio ambiente, direitos sociais e propriedade intelectual”.
Quarenta economias, diz o documento, estão aumentando seus níveis de competitividade e fechando o espaço que as separa das situadas nos primeiros lugares, enquanto outros 15 países, entre eles o Brasil, “estão perdendo terreno na comparação com os líderes”. O relatório aponta ainda que “o poder econômico e empresarial está crescendo em novos países: China, Rússia e Índia dispõem, juntas, com mais de US$ 1,7 trilhão em reservas”. Também afirma que companhias do sudeste asiático e desses três países, assim como as do Golfo Pérsico, estão adquirindo valores industriais no mundo todo.
Fonte: EFE