Estados do Nordeste devem apostar na inovação para crescer
A inovação é fundamental para o desenvolvimento industrial e o crescimento econômico da região Nordeste. Essa é a idéia síntese partilhada pela Federação das Indústrias e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, estado onde na capital, Salvador, será realizada a VII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, de 4 a 6 de junho próximo. Apesar de beneficiada pela instalação de unidades produtivas de indústrias de grande porte – o que tem feito aumentar sua participação no PIB industrial do país -, a região Nordeste ainda tem de vencer o desafio de crescer economicamente.
Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Ildes Ferreira, a inovação é o principal caminho para isso. “A inovação é de extrema importância para que as empresas do nosso estado e da região cresçam, ganhem mercados e ampliem sua competitividade, para que assim possam gerar empregos com maior valor agregado”, diz. “Os empresários da Bahia e do Nordeste, de uma forma geral, precisam entender que é por meio da inovação que eles podem melhorar seus produtos e serviços”.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Jorge Lins Freire, concorda. “O desenvolvimento industrial da região requer cada vez mais a ampliação da capacidade inovadora das empresas locais e da construção de um sistema estadual de inovação articulado com a política industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo federal”, diz. “O estabelecimento de políticas de incentivo à inovação de recorte regional é fundamental para a continuidade da industrialização no Nordeste, com a criação de mecanismos de financiamento e de subvenções diferenciados para nossa região”.
Até agora, em anos recentes, a região tem atraído indústrias oferecendo benefícios fiscais. Em parte por causa disso, cresceu sua participação no PIB industrial. “Segundo dados do IBGE, em 1970, o Nordeste representava 5,7 % do VTI (Valor da Transformação Industrial), conceito que mede a atividade industrial, e 12,1 % do PIB nacional”, explica Freire. “Em 2003, estes dois indicadores alcançaram 11,7% e 13,8%, respectivamente.”
O problema, segundo o presidente da Fieb, é que esse modelo de atração de indústrias apresenta sinais de exaustão, em razão da fragilidade financeira do setor público. “Da mesma maneira, na medida em que se amplia a demanda por trabalhadores industriais na região Nordeste, ocorre uma natural redução do diferencial de salário em relação ao Sudeste”, explica. “É neste contexto que se deve compreender o papel da inovação para este novo momento de industrialização da região Nordeste.”
Para o secretário Ildes Ferreira, não basta, no entanto, os governos se mobilizarem para fomentar a inovação. “Os empresários, principalmente os micro e pequenos, precisam estar articulados para poder participar deste movimento e levar a inovação para dentro de suas empresas”, diz. “Dessa forma, ganham as empresas, que terão melhores produtos, os empregados, que terão melhor qualificação, e o Estado como um todo, que terá empresas mais fortes, gerando empregos com maior valor agregado e dinamizando a economia.”
É nesse contexto que eventos na área de inovação, como a VII Conferência Anpei, são importantes para o estabelecimento da agenda empresarial no atual ambiente competitivo. “O reconhecimento da inovação como elemento central para a competitividade da indústria, principalmente aquela de pequeno porte, é algo muito recente”, diz Jorge Lins Freire. “Além do mais, existe a interpretação distorcida de que a inovação é fruto de um processo complexo restrito às empresas de maior porte. Nesse sentido, eventos sobre inovação centrados em casos de sucesso são importantes, pois facilitam a compreensão e a sensibilização de novas empresas.”
Mais informações sobre a VII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica estão disponíveis em www.anpei.org.br/viiconferencia