Inserção internacional das empresas domina abertura da VII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica
A inserção internacional das empresas brasileiras foi o tema dominante da sessão de abertura da VII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, que começou na tarde de ontem (04/06) e vai até quarta-feira. O evento, que está sendo realizado em Salvador e foi aberto com a presença do governador da Bahia, Jacques Wagner, tem o tema central “Inovação, Competitividade e Inserção Internacional”. Em seu pronunciamento, o presidente da Anpei, Hugo Borelli Resende, reiterou que o foco da Conferência é a inserção internacional, mas que isso não significa apenas exportação, mas também competitividade no mercado interno.
Segundo ele, uma empresa inovadora brasileira, que vende somente para o mercado interno, também pode sofrer concorrência de empresas internacionais que atuam no Brasil. “Estar inserido no mundo global não é uma questão apenas de exportação, mas de manter a competitividade dentro do Brasil.” Borelli também falou sobre a nova legislação de incentivo à inovação.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Jorge Lins Freire, por sua vez, disse que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) tem clareza de que a maior inserção do Brasil no mundo estará alicerçada na inovação. Nesse sentido, ele disse que o Brasil avançou muito, com a nova legislação, que inclui a Lei da Inovação e a Lei do Bem. “Mas precisamos avançar mais, não só para a inserção, mas para a competitividade no mercado interno”, declarou. Para isso, ele diz que o Brasil precisa investir mais em ciência e tecnologia, dar apoio às empresas e aumentar a interação entre a iniciativa privada e as universidades.
Representando o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, o secretário-executivo do ministério (MCT), Luiz Antonio Rodrigues Elias, fez uma breve análise da economia mundial e como o Brasil se situa nela. Ele também falou sobre o plano de ações que o MCT está elaborando e que deve ser apresentado à sociedade até o final deste mês. “A economia mundial vive um momento de revolução tecnológica e de forte aumento da concorrência”, explicou. Apesar disso, ele disse que há excelentes condições para que o Brasil ingresse num novo ciclo de desenvolvimento, a médio e longo prazo, em que a inovação tecnológica contribua para impulsionar o crescimento, a produtividade e a competitividade”.
Para Paulo Okamoto, presidente do Sebrae, é importante levar a inovação para dentro das pequenas e médias empresas. Ele pediu uma maior participação nos Fundos Setoriais e a criação de políticas que promovam maior participação do setor empresarial. “Acredito que temos condições de fazer muito mais do que estamos fazendo”, afirmou.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Ildes Ferreira, falou da importância da inovação tecnológica para alavancar o desenvolvimento sustentável de seu Estado, mas observou que “este desenvolvimento deve ser integrado e acontecer em todas as regiões”. Ele destacou também a implantação do Tecnovia, o parque tecnológico que será construído em Salvador, fruto de uma ampla articulação envolvendo os governos federal, estadual e municipal, a academia e o setor empresarial. “A Bahia esperou muito tempo por um parque tecnológico e temos que correr”, disse.