Programa Alavancagem Tecnológica entra na
grade de produtos educacionais do Sebrae-SP
As micro e pequenas empresas de todo o estado de São Paulo têm agora à disposição mais uma ferramenta para melhorar sua competitividade no mercado. O Programa de Alavancagem Tecnológica (PAT), desenvolvido pela Anpei, foi incorporado à grade de produtos educacionais do Sebrae-SP. O anúncio foi feito na quarta-feira, dia 21, pelo gerente da área de educação do Sebrae-SP, Emerson Morais Vieira, durante evento em que foram mostrados os resultados finais da Fase II do programa. “O Alavancagem entra na grade como um produto que vai compor o programa do Sebrae-SP que visa a difusão da cultura da competitividade”, explicou Vieira.
Segundo ele, as soluções educacionais do Sebrae-SP, parceiro da Anpei no PAT, têm dois grandes programas, um para desenvolver a cultura empreendedora e outra para incentivar a competitividade. O PAT vai fazer parte do segundo. “Na área de competitividade, nós tínhamos até hoje o Programa de Qualidade total, cursos de gestão, o Seminário Caminhos da Competitividade e o Prêmio Superação Empresarial”, disse. “Estava faltando uma solução que justamente contribuísse para o início de um processo do aumento da competitividade na empresa. O Alavancagem vem justamente suprir esse espaço.”
O evento de encerramento da Fase II do PAT teve a presença do diretor superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, e do presidente da Anpei, Hugo Borelli Resende. Simone Cornelsen Herklotz, da Anpei, e Antonio Carlos Larubia, do Sebrae-SP, fizeram uma apresentação técnica sobre o Programa, em que apontaram os principais resultados obtidos na Fase II.
Resultados – A Fase II do PAT começou em setembro de 2005 e terminou neste mês. Nesse período, foram capacitadas 394 MPEs, em 40 projetos coletivos, dos setores de cerâmica, confecção, metal-mecânica, móveis e plástico/borracha. Divididas em grupos de 8 a 10 empresas, elas receberam cinco aulas de quatro horas e duas visitas de consultorias a suas sedes. O principal objetivo foi a transferência de conceitos e metodologias de gestão industrial, visando torná-las mais eficazes e competitivas no mercado. O conteúdo abordou o tema “Acelerando a Produtividade”, que era composto por quatro tópicos: Formação de Célula de Fabricação, Eliminação de Gargalos, Padronização de Rotinas Operacionais e Apuração do Resultado da Operação Industrial.
Alguns números não deixam dúvidas quanto aos resultados positivos da Fase II do PAT. Apenas a implantação do tópico Formação de Célula de Fabricação gerou um aumento médio da produtividade das empresas de 44%. Também houve redução média de estoques (32%), refugos (34%) e re-trabalho (33%). Diante desses números, não é de estranhar a satisfação das empresas com o PAT. Um levantamento indicou que 60,41% delas se mostraram muito satisfeitas e 39,09%, satisfeitas. Apenas 0,25% se disseram pouco satisfeitas, mesma porcentagem das insatisfeitas.
Dedicação – A gerente de Projetos da Anpei, Simone Cornelsen Herklotz, responsável pelo PAT, elogiou o empenho das empresas. “O sucesso do programa foi proporcional ao esforço de cada empresário, que deveria cumprir as tarefas de auto-implementação estipuladas pelos consultores”, disse. “E todas as empresas se dedicaram muito.” Dedicação que deve continuar após o encerramento do PAT. Ao final dos projetos, 82,5% das empresas afirmaram que pretendiam implantar os quatro tópicos do módulo Acelerando a Produtividade por conta própria, sendo que destas, 52,1% pretendiam fazê-lo em até três meses e 30,4% em até um ano.
Entre as empresas muito satisfeitas com o PAT está a Raiz da Moda, fabricante de moda feminina em Ibirá, na região de São José do Rio Preto. Segundo Patrícia Barboza, encarregada de produção, em função do PAT a Raiz adotou o sistema de células de produção. “Antes do programa, o trabalho era realizado com o uso de balaios”, contou. “O re-trabalho girava em torno de 60% e eu só conseguia atingir 40% das minhas metas de produção.”
Com uma célula de produção em formato de U, a Raiz da Moda eliminou totalmente o re-trabalho e aumentou em 70% a sua produtividade. “Além disso, implementamos a Tabela de Classificação de Soluções e a Matriz de Tecnologia para os serviços terceirizados”, disse Patrícia. “Com a tabela, houve uma redução de 55% nos atrasos dos terceirizados. Com a matriz, eliminamos em 83% o re-trabalho desses terceirizados.”
Expansão – Diante da eficácia do programa junto às empresas, é provável que ele, além de entrar na grade do Sebrae-SP, seja oferecido também para agências da entidade em outros estados brasileiros. “O PAT desmistifica a idéia de que tecnologia é algo complexo a ser implantado nas indústrias. Estamos prontos para avançar para a Fase 3 e entendemos que está na hora de nacionalizar o programa”, disse o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella.
Já o presidente da Anpei destacou a evolução do Programa, que em sua primeira fase atendeu a 600 empresas. “O PAT passou a integrar a grade do Sebrae-SP em razão de sua evolução natural”, disse Hugo Borelli Resende. “Ele se mostrou, na prática, um recurso importante para a evolução das micro e pequenas empresas, que são exatamente as que mais têm dificuldade de acesso a soluções tecnológicas”.