Foi lançado no dia 5 de junho o Projeto Integrado Unicamp de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, que possibilita o ingresso de pesquisadores de organismos de pesquisa, em especial da região de Campinas, em Programas de Pós-Graduação da Unicamp, com o desenvolvimento de teses e dissertações em condições especiais. O piloto poderá servir de modelo para outras universidades. A professora Ítala DOttaviano, pró-reitora de Pós-Graduação, explica que os pesquisadores estudantes cumprirão todas as exigências e normas do programa de pós-graduação do qual participam, inclusive no que se refere ao processo de seleção. Não haverá vaga especial, nem condição especial para o desenvolvimento do mestrado ou doutorado. O aluno será liberado para participar das atividades que requeiram sua presença na Unicamp e também poderá desenvolver a pesquisa nos laboratórios da instituição de origem, que deve aceitar as exigências em relação à publicação dos resultados, havendo ainda um compromisso quanto a patentes e direitos autorais. Como o pesquisador manterá o vínculo empregatício, recebendo salário integral, não serão necessárias bolsas. Uma novidade importante apontada pela pró-reitora é a indicação de um líder de projetos integrados (pesquisador titulado) da instituição participante, que servirá de elo com os orientadores da Unicamp, podendo ser credenciado como coorientador e mesmo orientador, de acordo com as normas e regimentos dos programas de pós-graduação. O projeto possibilitará, portanto, uma formação de pesquisadores mais centrada nos objetivos das instituições e uma redução da pressão que elas próprias sofrem para criação de programas de pós. Por outro lado, consideramos que o projeto não afetará negativamente os índices dos processos de avaliação dos nossos programas pela Capes; como por exemplo, na possibilidade de alguns estudantes demorarem mais do que o tempo médio previsto para suas pesquisas, visto que continuarão com suas atividades nos organismos em que estão empregados. Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, considera o projeto bastante inovador também para a entidade. Tratamos mais do foco em inovação e em pesquisa e desenvolvimento nas áreas tecnológicas e outras de exatas, onde esse tipo de demanda aparece com mais frequência, como engenharias, computação, física, química e biomédicas. Entendo que o projeto terá papel fundamental não apenas nas instituições mencionadas, mas também no doutorado na indústria. Nesse sentido, a palavra inovação foi um atrativo especial para nós da Capes, pois todos sabemos da necessidade de avançar em processos de inovação com base científica e resultados tecnológicos. Jorge Guimarães acrescentou que a Capes vem buscando há algum tempo perfilar suas ações com as demandas de vários segmentos, tendo firmado acordos especialmente com institutos (como INPE, CNPEM, INPA, Inmetro e Instituto Nacional do Câncer), mas não com universidades. Estávamos buscando um modelo para as universidades quando surgiu esta proposta, aprovada pela Reitoria da Unicamp. E é o que estamos levando adiante, já trabalhando a ideia com a USP e de preferência interagindo com as FAP [Fundações de Apoio à Pesquisa] criadas a partir de 1988 com base no modelo vitorioso da Fapesp. Ítala DOttaviano apresentou o Projeto Integrado Unicamp aos diretores, diretores associados e coordenadores das Comissões de Pós-Graduação dos institutos e faculdades. A proposta não constitui um novo programa de pós-graduação e sim uma nova forma de atuação de diversos programas de mestrado e doutorado, que se propõem a receber de uma forma especial pesquisadores de organismos de pesquisa, públicos ou não. Já temos a adesão de três instituições próximas à Universidade: o CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer), CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) e CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). O CPqD já possui uma lista 40 pesquisadores candidatos à seleção. Segundo a pró-reitora, inicialmente 12 unidades da Unicamp aceitaram participar do projeto, totalizando a oferta de 35 cursos de mestrado e 33 cursos de doutorado. São elas: Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), Faculdade de Engenharia Química (FEQ), Faculdade de Tecnologia (FT), Instituto de Biologia (IB), Instituto de Economia (IE), Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), Instituto de Geociências (IG), Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) e Instituto de Química (IQ). A matéria completa pode ser lida no endereço http://www.unicamp.br/unicamp/ju/600/unicamp-e-capes-lancam-projeto-de-pos-graduacao. (Unicamp)
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