A tarefa de pensar a inovação não é mais, apenas, da área de pesquisa e desenvolvimento. Envolve hoje outros setores da empresa e parceiros, e requer uma visão ampla do mercado. Este é um dos eixos da 14ª Conferência da Anpei, que será realizada em 28 e 29 de abril, em São Paulo. O tema Inovação e Modelos de Negócios Competitivos se impôs como uma prioridade e foi escolhido pelos participantes da reunião anterior, nota Carlos Calmanovici, presidente da entidade. Introduzir uma nova tecnologia, explica, torna-se cada vez mais complexo e em alguns casos pode ter um alto custo. Nem sempre da tecnologia em si, mas pelas características que cercam os projetos, como o componente de risco e a passagem de uma fase inicial, de bancada, para a disseminação pelo mercado. Não há como dar conta desse desafio, diz, sem um arranjo de negócios apropriado, que envolva fornecedores, clientes ou a pesquisa externa à empresa. Essa preocupação está associada ao conceito de inovação aberta, que se desenvolveu nos últimos anos, observa, apontando para o esgotamento do modelo tradicional, vigente em grande parte do século XX. Neste, a organização podia, com seus próprios recursos, criar um produto inovador e lançá-lo, assumindo toda a operação. A crescente complexidade das tecnologias e a globalização dos mercados limitaram tal capacidade. Coloca-se, assim, para os gestores da inovação, a tarefa de desenhar novos modelos e explorar possibilidades. Por exemplo, a criação de startups para lançar um projeto inovador, recorrendo a fundos de capital de risco. Ou firmar parcerias com a universidade, contando com uma legislação atualmente mais flexível para as duas partes. Outro ponto importante na agenda da 14ª Conferência é a formação de quadros qualificados para estimular a inovação e de uma cultura voltada a esse objetivo. A educação empreendedora é o motor das economias no século XXI, assinala Calmanovici. Precisamos de pesquisadores, mas de pesquisadores que sejam empreendedores. A discussão destaca também a importância de tratar a inovação como um processo que deve abranger as cadeias produtivas, aí incluídas pequenas médias e grandes empresas, e não organizações isoladamente. Uma empresa isoladamente pode fazer um pouco de inovação, mas essa atuação é limitada As questões serão abordadas em trabalhos acadêmicos, mas, a exemplo do que vem acontecendo nos últimos eventos, a Conferência abre espaço para a apresentação de cases onde são relatadas experiências recentes. Exemplos que ilustram situações bem sucedidas, as dificuldades, restrições da legislação e a trajetória para obtenção de patentes, observa. Quando analisa a evolução brasileira, no campo da inovação, tendo como base a Conferência, o presidente da Anpei registra uma situação muito positiva. Ela resulta do alinhamento construído entre empresas, governo e universidades, nos últimos anos, com o objetivo de aumentar a competitividade. No âmbito da Anpei, e de seu comitê temático dedicado à relação entre universidade e empresa, o número de projetos colaborativos tem crescido bastante, afirma. A ressalva básica, entretanto, está no ritmo desse crescimento. Aquém do necessário, afirma, e com velocidade inferior ao de outros países. (Com informações do Interface C,T&I)
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