Excesso de exigências burocráticas, garantias e contrapartidas são algumas das dificuldades e barreiras que as pequenas empresas têm de enfrentar para conseguir apoio e financiamento das instituições públicas que têm programas de incentivo à inovação. Algumas delas foram apresentadas nesta terça-feira (29/04), na 14ª Conferência Anpei, durante o painel Ferramentas de fomento à inovação e experiências práticas. O painel foi organizado pelo Comitê Anpei de Fomento à Inovação e teve a participação de duas pequenas empresas do Rio de Janeiro, a Radix Engenharia e Software e a Fumajet Indústria e Comércio de Equipamentos. Criada em 2010 por um grupo de engenheiros egressos de uma grande multinacional, a Radix é uma empresa especializada em engenharia, automação e desenvolvimento de softwares. Um dos sócios diretores da empresa, Geraldo Rochocz, citou como dificuldades para os pequenos receberem recursos para a inovação as restrições de elegibilidade (critérios e requisitos muito rigorosos que as empresas devem preencher para que sejam eleitas a receber um financiamento), controle na alocação de recursos (quem recebe o financiamento não pode dispor livremente onde ele é mais necessário no projeto), e as garantias para financiamento (muito altas, que as pequenas empresas não podem cumprir). No caso da elegibilidade, Rochocz citou duas experiências vividas pela Radix. Tentamos participar de um Edital Finep – TI Maior, mas, apesar de termos um faturamento de R$ 33 milhões, não pudemos participar, contou. O critério de elegibilidade era o tempo de contrato social da empresa, que deveria ser de três anos concluídos e para nós ainda faltavam três meses para completar este prazo. No outro caso, a Radix também foi barrada num edital da Finep, de Sustentabilidade, por causa de seu patrimônio líquido insuficiente. A exigência era que ele fosse de no mínimo R$ 4 milhões, disse. Mas empresas de serviços, como a nossa, normalmente têm patrimônio líquido pequeno. Embora nossa receita estivesse dentro do exigido, também não podemos participar. Marcius Victorio da Costa, diretor da Fumajet, empresa especializada em soluções tecnológicas para a saúde pública, também enumerou alguns pontos críticos do financiamento à inovação. No caso de bancos públicos, como Banco do Brasil e da Caixa, por exemplo, o problema é a exigência de no mínimo 18 meses de faturamento da empresa, o que dificilmente uma pequena empresa tem. Normalmente, elas têm prejuízo no começo. Com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado de Rio de Janeiro (Faperj) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) as dificuldades são outras. No caso da Faperj, a janela de abertura dos editais é pequena, os temas são direcionados e restritos e o prazo de análise dos projetos e liberação dos recursos é longo, critica Costa. No caso da Finep, além de problemas semelhantes, ela tem mais um: os editais de tempo contínuo são apenas para grandes empresas. Antes das apresentações dos cases, Luís Claudio Silva Frade fez um breve histórico da atuação do Comitê Anpei de Fomento à Inovação, do qual é coordenador. Em seguida, ele realizou uma pesquisa interativa com o público presente no auditório. O resultado mostrou que o recurso reembolsável é o instrumento de apoio à inovação mais usado pelos presentes (36%). Além disso, a pesquisa apontou que a maioria (55%) usa os recursos para desenvolver projetos de inovação e a instituição mais utilizada para se ter acesso ao financiamento é a Finep (31%).

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