28/07/2017
Durante a última reunião do Comitê de Fomento à Inovação, que aconteceu no dia 19 de julho em Curitiba, o Comitê da Anpei discutiu ações futuras relacionadas a cada Grupo de Trabalho e também levantou questões sobre estratégias para continuar incentivando organizações a investir em inovação, entre elas o Guia da Lei do Bem, produzido pelo grupo, que será lançado durante a 16a Conferência Anpei em Belo Horizonte.
A reunião teve inicio com a apresentação dos participantes feita por Luis Cláudio Frade, coordenador do Comitê de Fomento à Inovação da Anpei, que também intermediou todo o evento, inclusive o alinhamento com o grupo dos entregáveis para a Conferência.
A primeira apresentação foi feita pelo gerente de negócios da INSEED Investimento, Gustavo Piccinini, e teve como tema Venture Capital, com foco em investimentos em empresas early stage.
Venture Capital: Investimento em empresas early stage
Piccinini abriu sua apresentação falando sobre a atuação da INSEED nas empresas early stage, que, como ele mostrou aos presentes, trata-se do segundo estágio no processo de criação de uma startup. Nesta etapa, em que a empresa já está pronta, cuida-se do desenvolvimento de equipe, mercado e produto. É uma fase de decolagem, em um estágio posterior ao da ação dos investidores anjo.
A discussão focou no relacionamento entre as grandes corporações e as startups, justamente um dos pilares de atuação da INSEED. Trata-se de uma forma de agregar mais do que apenas capital e, por isso, é uma nova prática de venture capital.
“As empresas que analisamos têm um problema enorme de como conversar com a grande corporação. Cada uma tem um modelo ainda muito diferente, muitas não conseguem nem ser recebidas porque não sabem nem por onde entrar. Às vezes, a pessoa tem negócios muito interessantes, mas ela fica seis meses, um ano batendo nas empresas e não consegue contato. Nós fazemos essa parte, porque eles não sabem quem procurar”, contou Piccinini.
Seguindo a prática de Venture Capital, Piccinini explicou que a INSEED cria vantagens como força de rede, informações e governança, fornecedores, estratégia, funding, internacionalização, talentos entre outras. Para tal, trabalha por meio de três pilares: posição no conselho de administração, empreendedor residente e gestor regional.
GT “Instrumentos internacionais de fomento à inovação”
Depois de uma breve discussão sobre práticas de Venture Capital, Feliciano Aldazábal, da F Iniciativas, abriu sua apresentação dando ênfase à importância do estudo comparativo sobre politicas de inovação no Brasil e em outros países, que deve ser concluído em 31 de março de 2018.
Para a realização deste material, o GT discutiu o cronograma que inclui desde a redação de conceitos essenciais até o levantamento de dados sobre empresas brasileiras que usam a Lei do Bem, compilação desses dados, análise crítica e validação global do documento.
Uma sugestão levantada por uma das participantes foi a união dos GTs de Fomento e Lei do Bem para a elaboração do material. O resultado abrangeria tanto a Lei do Bem como o Marco Legal e, segundo alguns participantes, poderia ser usado para mostrar aos associados e ao governo quais foram os resultados e as mecânicas utilizadas para alavancar a inovação.
Analisar, na publicação, dados sobre o desenvolvimento tecnológico em outros países, como, por exemplo, a Coreia, que nos anos 1980 estiveram no mesmo nível que o Brasil e que hoje já estão em nível muito mais elevado, também foi cogitado.
“Este tipo de informação mostra que a continuidade do investimento em inovação traz bons resultados para o país e que é algo que não se consegue medir rapidamente. Na Coreia, por exemplo, foram cerca de 40 anos para se construir tudo que foi construído. Trata-se de um processo a longo prazo e seria um material interessante para mostrar ao governo a importância de dar direcionamento ao investimento”, comentou Aldazábal.
GT “Instrumentos de fomento à inovação em operação no Brasil”
No debate levantado pelo GT de Instrumentos de fomento à inovação em operação no Brasil, liderado por Paula Gonzaga, da Redetec, o cenário de incertezas foi a principal pauta.
“Discutimos, neste GT, instrumentos de fomento que têm recursos reembolsáveis e não reembolsáveis, o problema é que hoje esses tipos de instrumentos estão se esgotando. Tudo tem de ser recriado, as agências de fomento estão replanejando suas políticas de apoio, muitos fundos de fomento estão sendo descontinuados”, enfatizou Paula logo no inicio da discussão.
Outra discussão é sobre as ações do GT que estão limitadas, uma vez que as empresas não estão investindo mais como já investiram. O objetivo do grupo era pesquisar e identificar as lacunas nos instrumentos existentes e, assim, fazer um levantamento do que poderia ser melhorado. No entanto, com a crise, o trabalho ficou comprometido. Com isso, Paula também levantou a questão de se repensar qual o escopo específico do GT.
Ao fim do evento, Frade enfatizou que a missão deste GT é também mudar, ajudar a pensar em novos fomentos para dar continuidade à inovação. “Não teremos mais o fomento que tínhamos, dificilmente vamos voltar ao tempo que era bom. É importante pensar novos instrumentos em um Brasil diferente. O mundo está mudando e o Brasil também. Está na hora de pensar um fomento novo”.
GT Lei do Bem
No início da tarde, quem deu continuidade à reunião foi a vice coordenadora do Comitê de Fomento da Anpei, líder do GT Lei do Bem e Especialista em Relações Institucionais e Oportunidade Social da TOTVS, Isabela Dias, que apresentou o status do Guia Lei do Bem, e discutiu, junto dos presentes, as opções sobre layout e a elaboração do material.
Por fim, foi decidido que o Guia da Lei do Bem será lançado no formato de E-book, dividido em três partes menores, já que foi pensado primeiramente como um material online disponível para consulta por qualquer empresa em qualquer fase de inovação e em contato com a Lei do Bem.
O Guia da Lei do Bem deverá ser um material didático com infográficos e desenhos que tracem uma lógica para o assunto. Desta forma, a compreensão será mais fácil, principalmente por se tratar de uma obra interativa. O material passará ainda por uma avaliação do MCTIC antes de ser totalmente aprovado para o lançamento.
Outro assunto levantado por Isabela foi em relação ao levantamento de dados que embasa as ‘Contribuições Anpei para aprimoramentos no Capítulo III da Lei nº 11.196/05 (Lei do Bem)’, entregue ao MCTIC em abril. O documento deverá ser refinado pela portaria, mas deve receber ainda contribuições das empresas sobre quais os pontos que mais as preocupam.