01/11/2017
Troca de experiência e networking não faltaram no primeiro dia (31/10) da Estação Experiência da 16ª Conferência Anpei de Inovação, realizada até amanhã no Expominas, em Belo Horizonte – MG. Composta por cinco palcos, sendo quatro laterais e um central, a Estação Experiência teve início logo pela manhã com demonstrações de equipamentos Maker, como impressoras 3D e cortadoras a laser, que ficaram à disposição do público o dia todo para experimentações e explicações técnicas e comerciais mais detalhadas.
Palco Ouro Preto Valley
Cenário da Ação iTec, o palco Ouro Preto Valley teve início com a palestra “Inovação Aberta: Oportunidades e Desafios do Ecossistema Brasileiro de Inovação”, na qual Luiz Mello, vice-presidente da Anpei e Eliana Emediato, Coordenadora Geral no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), apresentaram dados do Programa iTec – iniciativa do MCTIC executado pela Anpei.
Criado em 2015 com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da inovação aberta com transferência de tecnologia entre empresas de todos portes, instituições de pesquisa e agências do governo, a Plataforma iTec conta com mais de 75 demandantes, 1857 usuários cadastrados, 127 desafios tecnológicos e 745 propostas de soluções. “Estamos em fase de reformulação e contamos com as sugestões de vocês para sempre melhorar a plataforma”, disse Eliana.
Após a palestra de abertura, a Techmall e a Vale apresentaram suas experiências no painel “Oferta e Demanda Tecnológica: Aprendizados e Evolução”. A Vale contou sobre sua atuação na interação ICT-Empresa, e a Techmall apresentou cases de parceiras entre grandes empresas e startups.
Logo em seguida aconteceu o painel “Contratos Sebrae/Senai e Sebrae/Embrapii: Aproximando Startups de Grandes Empresas”, que apresentou alguns programas dessas organizações em prol da inovação aberta.
Seguindo nessa mesma linha, a Saint Gobain do Brasil apresentou alguns de seus desafios tecnológicos em inovação aberta. “Buscamos otimizar o processo usual de sintetização do SIC, utilizando Big Data e inteligência de mercado, por exemplo”, explicou Patrícia Brum, Engenheira de Materiais e Especialista de P&D na Saint Gobain.
As oportunidades em inovação ficaram por conta da Embrapa, que falou sobre drones no agronegócio, sobre o Programa Pasto Certo, e sobre o case do Bovine Eletronic Platform, app desenvolvido em parceria com startups que mede a temperatura e outras variáveis do animal.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) expôs seu case de parceria com a Embrapii, que financia 33% dos custos da ICT com projetos e acompanha o desempenho dela. “A Embrapii teve um papel importantíssimo para o IPT ser mais inovador”, disse Zehbour Panossian, chefe de laboratório do IPT.
A Fundação Educativa de Rádio e Televisão Ouro Preto (FEOP) apresentou o IOT 4 Mining, centro de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (AI) para a indústria de mineração em Minas Gerais.
Para finalizar as atividades desse palco no dia 31 de outubro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) expôs sobre recursos para parcerias e novas tecnologias, apresentando o BNDES Soluções Tecnológicas, que tem o objetivo de apoiar o mercado de comercialização de soluções tecnológicas no país, concedendo financiamento à aquisição de soluções e auxiliando na consolidação de um canal de comunicação entre compradores e fornecedores.
Palco Santa Helena Valley
O Workshop “Service Design na Prática: Como as ferramentas de Service Design Sustentam Transformações Inovadoras”, ministrado por Fabiano Leoni, criador de experiências da Camaleoni, apresentou cases de empresas que utilizaram uma maneira diferente e criativa para ter sucesso e, consequentemente, lucrar mais.
De acordo com Fabiano, a Camaleoni trabalha com três pilares: imersão, truque e espetáculo. “Na primeira etapa, mergulhamos no conteúdo estratégico que servirá de base para a experiência, e entendemos o público que será encantado. Em seguida, usamos diferentes ferramentas e metodologias em prol do desafio. E, por fim, a entrega garante aspectos que formam uma experiência completa, por meio de conexões emocionais. Tudo isto é feito através do uso de metodologia estruturada para tratar os três pilares e criar condições para que a criatividade se desenvolva”.
Em suma, o criador de experiências trabalha com criação de design de serviços a partir de customer experience, ou seja, da experiência do consumidor.
O painel “IOT dentro de casa: um cenário contemporâneo”, composto por Daniel Tatini, CEO da Philips Lighting no Brasil, Victor Fachim, coordenador de patentes do escritório Daniel Legal & IP Strategy e Omayr Zanata, engenheiro da Duratex, apresentou experiências recentes que mostram a importância da Internet das Coisas e como ela já traz benefícios ao dia a dia das pessoas. A Philips Lighting expôs cases de supermercados que já funcionam com sistemas de geoposicionamento e integração com os consumidores, oferecendo, por exemplo, compras programadas.
E a Deca, da Duratex apresentou sua proposta de solução para o monitoramento do consumo de água em residências. De acordo com Omayr, através de um aplicativo, o usuário consegue entender, acompanhar e avaliar seus hábitos pessoais.
O painel também discutiu sobre oportunidades, dificuldades e perspectivas de proteção patentária de IoT.
Palco Mucuri
O painel “iDEXO – Ideias Exponenciais”, ministrado por Marcel Sanches, project leader iDEXO da TOTVS, discutiu sobre estratégia de inovação e como expandir a visão da empresa e criar uma estratégia voltada ao mercado em constante transformação.
O iDEXO é um instituto sem fins lucrativos, que tem o propósito de conectar startups, empreendedores, desenvolvedores e grandes empresas na busca por novas soluções de negócios.
O painel “Inovação através da Impressão” compartilhou cases da startup 3DLopes a partir da impressão 3D, como o primeiro desfile de modas realizado com roupas impressas, produzidas com polímero, que garante uma peça bastante flexível, e próteses para o setor de saúde.
De acordo com Daniel de Paula Lopes, diretor executivo da 3DLopes e Jônatas R. R. Hernandes, diretor comercial, empresas como Bosch, Braskem e GE já utilizaram o know-how da startup.
A palestra “Impressão 3D e Propriedade Intelectual”, ministrada por Mauricio Batista, consultor de serviços técnicos na Clarke, Modet & Co, debateu sobre o mercado de impressão 3D e apresentou cases bastantes curiosos, como o Food Inc, que está em fase de estruturação e irá imprimir as refeições do cardápio; e a Divergent 3D, que imprimiu as peças de um carro em fibra de carbono e alumínio, o que diminuiu bastante o peso do automóvel.
Batista também apontou a importância do debate sobre as novas formas de proteção. “É um grande desafio. Por isso, é fundamental discutirmos a questão de segurança digital. Como vamos fazer isso? Reforçando a política? Criando cláusulas de confidencialidade? Quando um arquivo digital com um projeto é vendido, que direitos e responsabilidades tem quem o adquire?”, questionou o consultor.
A última palestra desse palco “Casos práticos de Big Data aplicado à análise de publicações cientificas como apoio a inovação”, foi realizada por Guilherme Sepe, solutions manager da Elsevier.
“Artigos científicos são importante fonte de informação para inovação. No atual contexto de rápidas mudanças, os artigos científicos ganham cada vez mais relevância, pois permitem o monitoramento de tendências de pesquisa em estágio inicial, antes de se tornarem novos produtos ou tecnologias. Porém, dado o grande volume publicações científicas disponíveis, e em diferentes formatos, fica difícil perceber tendências e identificar oportunidades”, expôs Guilherme, apontando que a análise de Big Data aplicado à publicações cientificas vem suprir essa demanda.
Palco Iron Valley
No workshop “Anpei Exchange: Acelere a sua Capacidade de Inovar Usando as Práticas das Empresas Mais Inovadoras do Brasil”, os participantes colocaram a mão na massa e aplicaram a metodologia do Anpei Exchange para analisar, com um olhar sistêmico, a maneira como a sua organização gerencia a inovação; identificar os principais gaps e oportunidades de melhorias; e utilizar a base de conhecimento do Programa para criar um plano de ação para acelerar a sua capacidade de inovar.
O Anpei Exchange é uma base de conhecimento que contém práticas de grandes empresas em gestão da inovação.
Para finalizar esse palco, a palestra “Promovendo a Inovação na Indústria a Partir de Nanomateriais, promovida por Glaura Goulart Silva vice-coordenadora do CTNano e da Frente de pesquisa de nanocompósitos poliméricos, destacou, dentre outros pontos, alguns desafios como o da estocagem de energia.
Dinâmica Speed Dating
No fim da tarde, os participantes da Estação Experiência passaram durante 20 minutos por cada uma das estações dos pilares do Movimento Maker, estabelecidas nos palcos Mucuri Valley, Santa Helena Valley, Iron Valley e na Área Maker, como um circuito, para que, ao final da dinâmica, tenham descoberto e vivenciado todo o processo.
“Ao fazer uso de ferramentas de fabricação digital, aliados às metodologias inovadoras, que envolvem prototipagem rápida e design thinking, o Movimento Maker rompe padrões e paradigmas, estimulando a inovação, a criatividade e a colaboração para solucionar os mais diversos desafios”, explicou Luciana Hashiba da WeFab.
A dinâmica foi ministrada por Carolina Marini, do ISVOR, Heloísa Neves, da WeFab, Luciana Hashiba, da We Fab e Paulo Mattos do ISVOR.