Metade dos pedidos de patentes corresponde ao nordeste da Ásia
Há mais de 5,4 milhões de patentes em vigor no mundo e em apenas um ano são apresentados 1,6 milhão de pedidos para patentear novos produtos, dos quais a metade vem do nordeste da Ásia, segundo dados divulgados no dia 16 de outubro pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi).
“O sistema de patentes é integrado nas atividades econômicas e apresenta um caráter internacional cada vez mais definido”, disse o subdiretor geral da Ompi, Francis Gurry, que considera o aumento no número de pedidos de patente um claro reflexo do crescimento da economia mundial. Gurry disse que, nos últimos 10 anos, o aumento médio anual das solicitações de patente foi de 4,75%, “porcentagem muito semelhante à média do crescimento econômico mundial (5,6%)”.
Em seu relatório, o órgão da ONU compara dados nacionais sobre patentes vigentes e solicitações apresentadas em 2004 — sem incluir Taiwan–, em função da população, da riqueza nacional e dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Segundo esses dados, em 2004 existiam 5,4 milhões de patentes vigentes no mundo, e foram feitas 1,599 milhão de novas solicitações, alta de 81% em relação aos 884400 pedidos de 1985.
A Ompi calcula que cada país apresenta uma média de 148 solicitações de patentes por milhão de habitantes, mas no Japão e na Coréia do Sul essa proporção chega a 2884 e 2189 pedidos, respectivamente. Esses dois países são, junto com a Alemanha, responsáveis pelo fato de a média nacional de patentes apresentadas supere as 19 para cada US$ 1 bilhão do PIB.
Na Coréia do Sul, há 116,2 solicitações para cada US$ 1 bilhão do PIB e no Japão, 107,3 pedidos. Enquanto isso, na Alemanha há 22,6 solicitações; nos Estados Unidos, 17,7; no Reino Unido, 11,3; e na Índia, 2,3.
O sistema de patentes permite que as empresas protejam seus investimentos nos novos mercados, o que fica explícito no forte aumento dos pedidos internacionais, principalmente nos procedentes de países como Brasil e México, mas especialmente do nordeste da Ásia, disse Gurry.
Durante várias décadas, o escritório de patentes do Japão apresentou o maior número de solicitações (cerca de 400 mil em 2004), enquanto em apenas 20 anos o da Coréia do Sul chegou à quarta colocação e a China, ao quinto lugar. Em função da riqueza nacional, observa-se que para cada dólar do PIB os dois países asiáticos fazem cinco vezes mais pedidos que os países industrializados da Europa ou da América do Norte.
Apesar do crescente interesse em proteger as invenções no mundo todo, os pedidos de patentes continuam muito concentradas, de modo que cinco escritórios (Japão, EUA, Europa, Coréia do Sul e China) recebem 75% das solicitações e concedem 74%. Habitantes do Japão e dos EUA eram titulares de 29% e 22%, respectivamente, de todas as patentes em vigor em 2004 e, junto aos da Alemanha, França e Coréia do Sul, concentravam 81% das 5,4 milhões de proteções existentes.
O Japão também é o país de onde sai o maior número de solicitações de patentes no exterior (137800 em 2004), seguido por EUA (124600), Alemanha (70000), Coréia do Sul (30900) e França (26200). Os três primeiros países são responsáveis pela metade dos pedidos apresentados anualmente no exterior, com cotas de 21%, 19% e 11%, respectivamente.
No caso dos pedidos no exterior, a China ainda ocupa o 18º lugar na lista mundial, com 3,1 mil solicitações em 2004, apesar de seu grande número de patentes nacionais, o que também se observa na Índia (20º) e na Rússia (25º).
Fonte: Agência Efe