O projeto da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o desenvolvimento da vacina contra a esquistossomose é um dos sete selecionados para ser incluído pela Organização Mundial da Saúde no grupo de projetos prioritários para ser apresentado à Assembleia Mundial da Saúde, que ocorrerá em maio. Concorriam à indicação 22 projetos, dos quais sete foram selecionados. O projeto de desenvolvimento da vacina é baseado na molécula Sm14 obtida a partir do Schistosoma mansoni, agente causador da enfermidade. O modelo de pesquisa da Sm14 é também inédito na Fundação, pois é fruto da primeira parceria público-privada desenvolvida pela instituição, firmada com a empresa Ourofino Agronegócios, também associada da Anpei. A vacina para esquistossomose, desenvolvida e patenteada pelo IOC/Fiocruz, é o primeiro imunizante para a doença no mundo. Segundo a Fiocruz, o imunizante também se mostrou eficaz para a fasciolose (verminose que afeta o gado), além de abrir espaço para o desenvolvimento de vacinas voltadas a outras doenças humanas provocadas por helmintos. Na avaliação da pesquisadora da Fiocruz, Miriam Tendler, do Laboratório de Equistossomose Experimental do instituto e líder da pesquisa, o fato do projeto ter sido escolhido pela OMS decorreu do reconhecimento da importância da descoberta da vacina no combate às doenças endêmicas nos países pobres e em desenvolvimento e na melhoria da qualidade de vida das populações desses países. Não se trata de apenas mais uma simples descoberta. O mérito do projeto é garantir aos países que precisam acessibilidade à viabilidade e à qualidade de uma vacina humanitária. Não adianta você gastar uma fortuna, ter uma tecnologia e os países que precisam não ter acesso à ela. A pesquisadora ressaltou o fato de que o Brasil foi, até agora, o único país incluído com este tipo de experiência neste projeto. Ter reconhecido e selecionado um produto do Brasil para um programa que não é regular, ter reconhecido a sua importância para as populações pobres do Brasil e da África é de grande importância para o país. É a primeira vez que isto ocorre dentro da OMS – não é uma rotina. Em sua avaliação, o Brasil está diante de uma oportunidade inédita para exercer um papel fundamental de gerar e atender a demandas tecnológicas que beneficiem diretamente os países endêmicos das doenças parasitárias, que não estão inseridas no cenário dos mercados comerciais explorados pelas indústrias. A partir do apoio que será dado pela OMS ao projeto de desenvolvimento da produção da vacina contra a esquistossomose, que em um primeiro momento propiciará investimentos de R$ 10 milhões, a Fiocruz pretende iniciar no começo do segundo semestre deste ano o desenvolvimento da Fase 2 do programa que prevê a vacinação de crianças de 9 e 10 anos, em áreas endêmicas pré-selecionadas do Brasil e da África. A expectativa da Fiocruz é que a vacinação em larga escala possa começar em três anos. (Agência Brasil)

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