A produção de frangos e outras aves no Brasil enfrenta desafios financeiros e ambientais. Os empresários buscam soluções para o crescente custo da energia elétrica, além da destinação adequada dos resíduos gerados. Um projeto realizado no campus de Jaboticabal da Unesp propõe solucionar esses entraves, com redução de custos e de danos ecológicos. O zootecnista Airon Magno Aires desenvolveu um equipamento em escala piloto para a produção de biogás a partir de dejetos de frangos de corte conhecidos como cama de frango e um protótipo de compostagem in-vessel de carcaças de aves. O novo processo também gera biofertilizante e adubo orgânico, valiosos para a atividade agrícola. A proposta integra a tese de doutorado de Aires, feita com a orientação do professor Jorge de Lucas Junior, do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. O trabalho envolveu ainda uma avaliação da viabilidade de instalação de uma unidade modelo. Por seu estudo, Aires recebeu, em agosto do ano passado, o prêmio Ubabef (União Brasileira de Avicultura) de Pesquisa Avícola Aplicável, durante o 23º Congresso Brasileiro de Avicultura. A cama de frango é formada por uma mistura de resíduos de produtos como serragem, alimentos como milho e arroz, além de dejetos e carcaças de animais. O biogás é produzido a partir do carbono contido nos resíduos da avicultura e do nitrogênio presente nos dejetos. Esse combustível poderá ser usado pelo próprio produtor rural para substituir tanto a eletricidade necessária para a iluminação de galpões e funcionamento de equipamentos, quanto a lenha usada para aquecimento de pintinhos. O biogás tem a vantagem de ser um combustível renovável e limpo, quando comparado à energia provinda de combustíveis fósseis e lenha, compara Aires. De acordo com o pesquisador, o projeto da compostagem in-vessel envolve a fabricação de um protótipo 100% nacional modelos similares já são usados em países como Alemanha, EUA e Canadá. O equipamento poderia ser utilizado para tratamento e aproveitamento energético de resíduos de agroindústrias (incubatórios de aves, frigoríficos, abatedouros) e agropecuários (rejeitos de pescado, carcaça de aves e suínos), frações orgânicas de resíduos sólidos urbanos, resíduos de restaurantes e lodos de indústrias alimentícias. Aires enfatiza que já foi obtido um sistema de pré-processamento da cama de frango em escala industrial. Os pesquisadores já têm também uma relação de fornecedores de equipamentos biodigestor, grupo gerador e periféricos credenciados para instalação da primeira planta modelo. (Unesp)
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