Um consórcio internacional de inovação aberta na área farmacêutica vai construir no Brasil um laboratório para estudo da estrutura de proteínas e desenvolvimento de novas moléculas. Um acordo de intenções foi assinado em fevereiro entre o Consórcio de Genômica Estrutural (SGC, na sigla em inglês), que envolve instituições canadenses e britânicas e oito empresas farmacêuticas, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para a criação da nova unidade de pesquisa. Os primeiros pesquisadores brasileiros deverão iniciar ainda em 2013 intercâmbios científicos com a Universidade de Oxford. O SGC é uma parceria público-privada, sem fins lucrativos, que desenvolve pesquisa básica e apoia a descoberta de novos medicamentos há nove anos, em um modelo que não produz patentes e permite acesso irrestrito a seus resultados. Atualmente, o consórcio é formado pelas farmacêuticas AbbVie, Boehringer Ingelheim, GlaxoSmithKline, Janssen, Eli Lilly, Novartis, Pfizer e Takeda, pelas instituições canadenses Fundação para Inovação do Canadá, Institutos Canadenses para Pesquisa em Saúde, Genoma Canadá, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Ontário e pela instituição filantrópica britânica Wellcome Trust. Com foco na pesquisa pré-competitiva, principalmente sobre proteínas humanas e de parasitas humanos, o SGC conta atualmente com dois laboratórios de pesquisa, na Universidade de Oxford e na Universidade de Toronto, cada um com cerca de 100 pesquisadores, além de uma rede com quase 300 cientistas ao redor do mundo. O acordo prevê a construção, em Campinas, de um terceiro laboratório, de biologia estrutural e química medicinal, com 25 pesquisadores, voltado para o estudo de quinases, enzimas ligadas à comunicação celular que exercem funções regulatórias na programação de células. Elas ativam ou desativam outras proteínas nas células, desencadeando processos ou vias metabólicas e regulando o ciclo celular. Segundo o biólogo Paulo Arruda, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador da parceria, esse modelo permitirá a criação no Brasil de start-ups que empreguem o conhecimento gerado de uma maneira rápida pelo consórcio para produzir inovações na área farmacêutica. O professor da Unicamp explica que o modelo do SGC está sendo bem-sucedido por oferecer uma alternativa à estrutura até então explorada pelas grandes farmacêuticas individualmente. Essas empresas têm um foco muito específico em áreas potencialmente rentáveis, não dispondo dos recursos humanos e infraestrutura para fazer pesquisa básica de uma maneira mais ampla para a descoberta de drogas. O consórcio desempenha um importante papel de dividir o risco e impedir que haja duplicidade nas pesquisas entre as empresas concorrentes, o que toma tempo e, muitas vezes, expõe pacientes a testes desnecessários com moléculas que já foram reprovadas por testes anteriores. Por esse motivo, o SGC vem crescendo nos últimos anos. Mais duas grandes farmacêuticas estão em negociação para aderir à iniciativa. (Com informações do Inovação Unicamp)
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