Cientistas Associados: uma empresa jovem, pequena e empreendedora
A nova associada da Anpei, Cientistas Associados é bastante jovem. Formada por cientistas, seu objetivo é criar oportunidades de atuação da categoria num ambiente empresarial competitivo. Apesar de seus dois anos, a empresa já obteve seu quinto projeto PIPE – um programa da Fapesp, de fomento à pesquisa para iniciativa privada, bastante concorrido e destinado a apoiar o desenvolvimento de pesquisas inovadoras em pequenas empresas. Em entrevista ao site da ANPEI, Antonio Valério, Sócio-Fundador da empresa, fala das dificuldades e limitações enfrentadas e da busca de consolidação da marca Cientistas Associados para geração de novas parcerias e alianças comerciais. Entusiasta e consciente da iniciativa empreendedora, ele quer unir esforços para apresentar o cientista como classe profissional de elevada competência e importância para o crescimento sustentável do Brasil
ANPEI – A Cientistas Associados é uma empresa formada por cientistas. Quantos profissionais compõem o quadro da empresa, em termos quantitativos e qualitativos (pós-graduandos, doutores etc.)?
Valério – Atualmente, a empresa possui 30 colaboradores. São: 5 doutores, 7 doutorandos, 3 mestres, 8 mestrandos, 2 graduados, 3 graduandos e 2 técnicos.
ANPEI – Como você define as atividades da empresa?
Valério – A empresa atua no desenvolvimento e comercialização de soluções tecnológicas baseadas em hardware e software para áreas de petroquímica, energia, segurança, logística, biotecnologia e tecnologia da informação. A empresa também oferecer consultoria e assessoria nas áreas de captação de recursos financeiros, inteligência de mercado, estratégias de negociação e viabilidade técnica de inovações tecnológicas.
ANPEI – Numa empresa formada integralmente por cientistas, como é a relação com institutos de pesquisa e universidades? Esse fator á facilitador de parcerias?
Valério – Realmente facilita a relação e a criação de parcerias com o meio acadêmico, pois de certa forma conseguimos entender os anseios e dificuldades dos pesquisadores dessas instituições. Como trabalharmos em uma etapa do processo de desenvolvimento e implantação de um novo produto ou serviço (estratégia de negociação) que dificilmente encontra competência nesse meio, isto permite uma sinergia muito positiva.
É importante lembrar que a Cientistas Associados tem a filosofia de gerar uma oportunidade impar que é permitir que jovens cientistas possam atuar em um ambiente empresarial competitivo. O objetivo é formar cientistas-empresários, e permitir que mestres e doutores possam optar por realizar desenvolvimento tecnológico em uma empresa. Para a Cientistas Associados é de extrema importância gerar credibilidade e apresentar resultados da sua competência junto à sociedade brasileira, pois dessa forma, ratifica-se a presença de cientistas no meio empresarial. No País, existem poucas iniciativas empreendedoras nessa área, e dessa forma é importante unir esforços para apresentar o cientista, como categoria profissional de elevada competência e importância para o crescimento sustentável do Brasil.
ANPEI – A cientistas associados acaba de completar dois anos. Você considera que a empresa já está bem estabelecida dentro do segmento que se propôs?
Valério – Ainda não. A empresa precisa consolidar a sua marca e gerar novos parceiros comerciais. Para isto precisa a todo o momento, provar sua competência técnica e sua habilidade de gerenciar seus projetos e serviços. O que ocorre é que estamos ainda buscando consolidar nosso departamento de negócios e aliança. Ele precisa se fortalecer e agregar profissionais mais experientes e com uma rede de contatos maior.
ANPEI – Quais foram as principais dificuldades e os maiores avanços nesses dois anos?
Valério – A grande dificuldade foi entender as limitações de um cientista. Amadurecer a idéia de que dentro de uma empresa competitiva deve ser trabalhado proporcionalmente, cada um dos colaboradores as habilidades técnicas, de negociação e de administração.
Outro fator importante foi entender a necessidade do mercado. Muitos dos projetos iniciais que a empresa acabou se envolvendo com verbas do governo federal e estadual possuía uma complexidade tecnológica muito grande, o que motivava os cientistas da empresa, contudo a partir do momento (final do primeiro ano) que começamos a enxergar o mercado, verificamos que as soluções decorrentes desses projetos não atendiam as necessidades do mercado. Enfim, não tínhamos para quem vender.