Conferência termina com contribuições para incremento à inovação
A VI Conferência ANPEI, iniciada no dia 5, foi encerrada nesta quarta-feria (7), com a apresentação dos resultados das quatros sessões temáticas ocorridas no dia anterior. Realizadas simultaneamente, cada sessão abordou um tema específico que, no conjunto, representarão uma contribuição do evento para o incremento da inovação tecnológica no País. Os temas debatidos foram: “Encomendas de projetos estruturantes ao setor produtivo”, “Competitividade tecnológica nos próximos 10 anos – janelas de oportunidades para o Brasil”, “Barreiras à inovação nas micro e pequenas empresas: análise e propostas de superação” e “Atratividade do Brasil para centros de P&D mundiais”.
A primeira sessão, conforme explicou seu relator, Celso Antonio Barbosa, teve as discussões focadas na Lei de Inovação (Lei nº 10.973), que em seu Artigo 21 prevê que os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresas para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador.
Segundo Barbosa, na discussão inicial concluiu-se que há a necessidade de se criar procedimentos para os órgãos públicos exercitarem a Lei e que as contratações devem ser precedidas por um estudo de demanda por aquela tecnologia, produto ou serviço que caracterize interesse público. Entre as propostas dessa sessão temática está o estabelecimento de critérios de seleção e contratação das empresas. “As empresas deverão apresentar notória capacitação técnica, validada por comitês consultivos de avaliação”, disse Barbosa.
O relator da segunda sessão (“Competitividade tecnológica nos próximos 10 anos – janelas de oportunidades para o Brasil”), Antônio Sérgio Fragomeni, informou que as discussões contemplaram as áreas de nanotecnologia, biotecnologia, energias renováveis e tecnologias de informação e comunicação (TIC). Debateu-se também a conjugação dessas tecnologias nas cadeias produtivas. A sessão concluiu que é preciso criar projetos para identificar as competências e vocações nacionais, ou seja, as vantagens naturais do Brasil.
Segundo os grupos que participaram da sessão, todas as tecnologias podem ser consideradas, com destaque para as favorecidas pela biodiversidade do país. “Também existe a preocupação com as TIC, pelo avanço observado em muitos países, não acompanhados pelo Brasil”, disse Fragomeni. “Um grupo considerou as TIC como fundamentais para o desenvolvimento de todas as outras tecnologias – programa de inclusão digital, TV digital etc.”
Ricardo Wargas, relator da terceira sessão (“Barreiras à inovação nas micro e pequenas empresas: análise e propostas de superação”), disse que as discussões procuraram identificar as origens históricas da baixa competitividade tecnológica das pequenas empresas brasileiras. Conclui-se que uma delas é a falta de cultura associativa, atrelada ao perfil do empresário da micro e pequena empresa, que, na grande maioria, não possui conhecimento técnico, tem baixa escolaridade e falta de preparo em gestão empresarial. “É muito recente a demanda por produtos nacionais com conteúdo tecnológico, o que faz necessário um grande esforço por parte das MPEs para obterem reconhecimento do mercado”, disse Wargas.
Entre as conclusões da sessão está a de que a melhor maneira de induzir as pequenas empresas a investirem mais em tecnologia e se capacitarem para inovar é mostrar que a inovação é um bom negócio. “É preciso apresentar exemplos de MPEs bem sucedidas que investiram em inovação e que estão em um patamar seguro em relação a outras MPEs”, explicou Wargas.
Segundo o relator da quarta sessão, Flávio Grynszpan, as discussões concluíram que o Brasil possui atrativos importantes para os centros de P&D mundiais. Entre eles, incentivos governamentais, custos comparáveis com países competitivos, posicionamento geográfico, comprometimento profissional, flexibilidade, adaptabilidade e criatividade. O País deve considerar também como fatores relevantes para exercer atratividade sua biodiversidade, recursos humanos capacitados com inglês, certificações relevantes de profissionais e empresas, infraestrutura adequada, sinergia entre empresas, universidade e governo e respeito à propriedade intelectual.