Empresas brasileiras ainda investem pouco em inovação, diz presidente da ANPEI
Comparado a países da Europa e aos Estados Unidos, o Brasil ainda investe pouco em inovação tecnológica. Em média, os empresários que trabalham com pesquisa e desenvolvimento, não aplicam mais que 0,64% de seu faturamento em inovação, seja na melhoria de seus produtos ou na compra de equipamentos. Os dados foram apresentados no dia 21 último, em Fortaleza (CE), pelo presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI), Ronald Martin Dauscha, convidado do Café Inovação, promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), na Expociência, mostra de C&T que aconteceu paralelamente à Reunião Anual da SBPC.
Segundo Dauscha, apenas 30% de todas as empresas brasileiras fazem algum tipo de inovação, sendo os setores de informática, eletrônico e químico os que mais inovam. “Isso é muito pouco”, alertou. Na sua opinião, para que a inovação cresça nas empresas brasileiras, é preciso ampliar ainda mais os incentivos fiscais e as subvenções econômicas. “A Lei de Inovação já representa um grande avanço no setor, pois permite às empresas inovadoras abaterem no Imposto de Renda, por exemplo, 160% do total investido em P&D, podendo chegar a 200% caso apresentem, em seus quadros, mestres e doutores, além de produtos patenteados”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente da ANPEI, torna-se cada vez mais necessário aproximar os empresários das instituições de pesquisa do País, de forma a criar um ambiente inovador. Ele informa que, hoje, as empresas com mais de 500 funcionários são as que apresentam as maiores taxas de investimento em P&D. Dauscha acredita que a inovação nas empresas menores vai acontecer no momento em que elas tiverem uma visão mais abrangente do mercado e conseguirem evoluir nas técnicas de gestão industrial e de fabricação. “Para isso, elas precisam ser ajudadas”, disse. A palestra de Dauscha encerrou o ciclo de debates realizado pela Finep na Expociência.