FGV anuncia 1º Censo Brasileiro de Private Equity e Venture Capital
O número de empresas investidas por venture capital e private equity cresceu mais de 200% nos últimos cinco anos. Foi o que revelou o 1º Censo Brasileiro de Private Equity e Venture Capital, realizado pela Fundação Getúlio Vargas. O número passou de 100, em 1999, para 315, em 2004. As saídas de investimento também aumentaram. Passaram de 203, em 99, para 258, em 2004.
As informações foram obtidas através de entrevistas com as 71 empresas gestoras de PE/VC identificadas no País, entre elas o Banco do Brasil, GP Investimentos e Votorantim Novos Negócios. Resultado do esforço do Centro de Estudos em PE/VC da FGV (Gvcepe), a pesquisa é apoiada por instituições como a FINEP, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Emerging Markets Private Equity Association (EMPEA). A divulgação dos resultados aconteceu dia 6 de outubro, na FGV – São Paulo.
Segundo o estudo, o volume total de recursos comprometidos na indústria, somados os já aplicados e os disponíveis, era de US$ 5,58 bi em dezembro de 2004. Existem hoje 102 fundos geridos por 71 empresas gestoras, sendo 45 gestores independentes, 20 instituições financeiras, 4 grupos industriais e 2 agências públicas. Dessas entidades, 53 são brasileiras, 10 americanas, 4 européias e 4 de outras localidades. Existem ainda no País 6 fundos de PIPE (Private Investment in Public Equity), conhecidos como fundos de governança.
Segundo Leonardo Ribeiro, pesquisador da FGV e um dos responsáveis pelo estudo, as informações permitirão ao público em geral tomar conhecimento de quem são e como operam as empresas gestoras de PE/VC no Brasil. “Vamos ajudar investidores a decidir sobre aplicações, empreendedores a se orientar na busca por capital e os governantes a implementar políticas públicas adaptadas às necessidades de desenvolvimento do setor”, explica. O Censo também permitirá a comparação dos resultados de estudos internacionais realizados em países da América do Norte, Europa, Ásia e Oceania.
No Brasil, a indústria de PE e VC emprega 500 pessoas, das quais 140 são sócios gestores e 93 gestores. Ou seja, 47% dos profissionais que trabalham no setor têm poder de decisão sobre os investimentos. No ano passado, os fundos receberam 3.500 propostas de investimento, das quais 35 tornaram-se negócios efetivos.
Das 315 empresas na carteira dos fundos em 2004, 210 receberam venture capital, 36 capital semente, 74 eram start ups, 100 estavam em estágio de expansão, 47 foram investidas por Private Equity e 43 por fundos de PIPE. Quanto ao setor de atuação, 92 eram de eletrônica e informática, 10 de biotecnologia, 8 de agronegócios e 41 de indústrias diversas.
As empresas gestoras, visitadas por pesquisadores durante um período de cinco meses, responderam a mais de 160 perguntas sobre temas como: remuneração da equipe de profissionais, histórico dos últimos cinco anos de atividade, práticas de governança, monitoramento e acompanhamento estratégico das empresas do portfolio e os critérios utilizados para selecionar propostas de investimentos.
Os resultados são referentes ao período compreendido entre 1999 e 2004. A pesquisa foi concebida e elaborada por uma equipe de especialistas com experiência na realização de estudos em PE/VC no Brasil, na Europa e nos EUA, entre eles os professores Cláudio Vilar Furtado (FGV) e Antonio Gledson de Carvalho (USP), além do pesquisador Leonardo Ribeiro (FGV).
Fonte: Capital de Risco