A preocupação com a melhoria na formação dos empreendedores foi unanimidade entre os participantes do Painel Ambientes e Competências Startups, realizado na abertura do Momento Fapesp, que integrou a programação da manhã de 28 de abril, primeiro dia da 14ª Conferência Anpei de Inovação, que ocorre no ExpoCenter Norte, em São Paulo. Participaram do painel Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral (FDC); Kleber Teraoka, da Associação Campinas Startup; Juliano Seabra, da Endeavour; e Sergio Risola, do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). A FDC, que estuda as startups no Brasil, notou que há uma deficiência generalizada em todos os níveis na formação e na cultura empreendedora. Constatamos que existe financiamento, mas ele não chega ao empreendedor, e existe empreendedor, mas este não tem formação, contou Carlos Arruda. Isso transparente num triste indicador: entre 300 startups estudadas pela FCD, 150 morreram. Essas empresas têm ou tinham predominantemente origem tecnológica, ou seja, nasceram do trabalho de pesquisa em uma universidade ou instituto, com um empreendedor que conhecia bem a tecnologia, mas com pouca ou nenhuma noção de mercado. Os que já morreram acreditam que isso ocorreu por falta de dinheiro, mas o que faltou foi um modelo de negócio sustentável. Sobra competência tecnológica, falta competência em negócio, disse. Para Juliano Seabra, além da falta de conhecimento e experiência de mercado, regras do setor acadêmico também podem travar o desenvolvimento de empreendedores. O outro problema é o próprio ambiente empreendedor. Quando se fala da inovação na academia, precisa fazer esse mundo se abrir para outras conexões no mercado, mas eles mantêm relacionamentos endógenos, empreendem para dentro do mesmo grupo, apontou. Os casos de sucesso são os de empreendedores que rompem a barreira do ambiente local, regional, acadêmico, e entende que o espaço dele é o mundo, completou. Para Sergio Risola, a forma de alterar o quadro de formação de empreendedores é mudar os professores. Precisamos multiplicar a gestão empreendedora, levar o empresário nas salas de aula para contar o dia a dia, apontou. Diante dos gargalos para o empreendedorismo, Kleber Teraoka explicou que a Campinas Startup introduziu outra forma nova de atuar: utilizar as demandas das grandes empresas para gerar startups ou desenvolver e permitir o crescimento de startups já existentes. Nossa tese é fazer as startups estabelecerem negócios com as grandes empresas, destacou. A formação do empreendedor em gestão é uma preocupação da associação, mas, segundo ele, é preciso atuar também na formação comportamental do empreendedor. Precisamos trabalhar o comportamento, não só apresentar os mecanismos de gestão. Do contrário, será o equivalente a dar uma Ferrari a uma pessoa que não sabe dirigir, comparou. Segundo ele, um dos aspectos que precisam ser trabalhados pelos gestores das startups é a colaboração.
Av. Prof. Almeida Prado, 532
Prédio 1 – 1º andar
Butantã – 05508-901
Comunicação: comunicacao@anpei.org.br
(11) 3842-3533 – (11) 3719-0112
© 2019 ANPEI - Todos os direitos reservados.