07/12/2017
Precisamos desmistificar a ideia de que a inovação é algo que só acontece nas grandes empresas. As inovações mais revolucionárias muitas vezes acontecem em pequenos negócios, como as startups”. A frase é de Filipe Cassapo, gerente de Inovação do Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep; e esclarece uma das principais dúvidas dos empresários paranaenses: ´será que inovação é para mim?’.
A resposta é sim. Inovação é para todos. As startups são um bom exemplo disso. Somente em 2016, o Brasil tinha mais de 1.100 startups aceleradas, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep, há dez delas incubadas enquanto você lê este texto.
O que estas startups estão fazendo lá?
Desenvolvendo soluções que vão impactar positivamente a economia e a sociedade. Com o apoio do Centro Internacional de Inovação, ganham espaço, visibilidade e angariam recursos para executar seus projetos.
A iniciativa não atende somente os novos negócios, como explica Cassapo: “nossa missão é apoiar as indústrias de todos os portes para inovarem de forma mais sistemática. Conseguimos transformar a inovação, que era considerada um ´fenômeno do acaso´, em um processo estruturado, gerenciado e sustentável”. Aplicável a qualquer negócio, um projeto de inovação precisa de muito envolvimento para que as empresas dominem processos técnicos e compreendam melhor a cultura de um novo ecossistema de negócios.
A inserção das empresas no ecossistema de inovação
Cassapo explica que o ecossistema de inovação passa por universidades, centros de pesquisa, empresas, comunidade e também pelo governo, que tem a responsabilidade de desenvolver políticas públicas favoráveis à aceleração destas iniciativas. “Nos últimos oito anos, temos ajudado as empresas a ter acesso a esse ecossistema. E também ao capital, já que a falta de recursos pode frear o processo de inovação. Buscamos linhas de financiamento, investidores individuais, redes de incentivo a startups e fundos mais encorpados”, detalha o gerente de Inovação do Centro Internacional de Inovação do Sistema Fiep.
O centro de inovação também apoia os empreendedores em processos burocráticos que, segundo Filipe, ainda são um entrave: “há muita burocracia, inclusive na formalização das empresas. Levamos conhecimento e assessoria em diversas áreas para garantir que a inovação não seja um sonho distante”.
Projetos de inovação ainda enfrentam desafios no Brasil
Apenas 1% do PIB brasileiro é destinado para a inovação. Países mais desenvolvidos nesta área, como Israel, destinam até 5% do seu produto interno bruto para as iniciativas que revolucionam a economia. “Aqui no Brasil temos a Lei do Bem, que permite abater dos impostos uma parte daquilo que é investido em pesquisa e desenvolvimento. Mas a linha ainda é muito restrita, só se aplica a empresas tributadas em lucro real”, detalha Filipe Cassapo.
Há, também, a necessidade de uma aproximação maior entre empresas e universidades: “educação gera conhecimento e conhecimento gera inovação. Muitas grandes ideias surgem em centros de pesquisas”.
Pensamento global, atitude local
Desafios dados, é hora de agir. Se a inovação tem transformado economias em todo o mundo, por aqui não será diferente. “Ao facilitar o acesso ao financiamento, garantimos o futuro da economia. A inovação é uma alavanca para a sociedade. Permite que pequenas empresas possam se inserir no mercado e isso gera renda, empregos, movimenta o comércio e as indústrias. Um país voltado à inovação gera oportunidades. Oportunidades geram negócios. E negócios geram riqueza e desenvolvimento econômico e social”, finaliza Filipe Cassapo.
(G1)