29/08/2018
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Um dos painéis da Conferência Anpei de Inovação 2018 que gerou bastante debate entre os participantes foi “Qual o futuro do fomento versus qual o fomento do futuro?”, composto pelo Gerente do Departamento de Projetos Estruturantes da FINEP, Rodrigo Fonseca, pelo Superintendente de Área de Fomento do BNDES, Cláudio Leal, e pelo professor na UFPel e Diretor-Presidente na FAPERGS Odir Dellagostin, com moderação do Diretor da ANPEI e Especialista em Estratégia e Inovação em Furnas Centrais Elétricas, Ricardo Marques.
Nos últimos anos, o setor de pesquisa, desenvolvimento e inovação sofreu diversos cortes no orçamento. De acordo com anúncio recente, os cortes da Capes podem atingir diretamente 200 mil bolsistas a partir de agosto de 2019. E o orçamento do CNPq pode diminuir em um terço, caindo de R$ 1,2 bilhão em 2018 para R$ 800 milhões no ano que vem.
Na Finep, a proposta orçamentária para 2019 prevê R$ 746 milhões para financiamentos não reembolsáveis – 35% a menos do que o previsto no orçamento deste ano, de R$ 1,15 bilhão.
Para o Gerente do Departamento de Projetos Estruturantes da Finep, o orçamento das agências que hoje estão no ‘mapa da inovação’ vai ser cada vez menor. E isso pode perdurar por muitos anos.
“Desde quando a greve dos caminhoneiros estourou, não tínhamos dúvidas de que o setor de ciência, tecnologia e inovação seria um dos maiores prejudicados”, disse Fonseca, que apesar de ciente sobre o mau momento, vê a situação como uma oportunidade para as agências encontrarem novas alternativas.
“Na Finep, percebemos que era hora de repensar os modelos. O nosso papel pode ser muito maior do que financiar e investir. Temos condição para oferecer à sociedade produtos e estratégias mais completas dessa cadeia”, comentou o Gerente, defendendo a criação de produtos “híbridos”, com fomento à inovação por meio de iniciativas financeiras e não financeiras. Dentre as que não envolvem investimento, ele citou soluções no campo da inteligência tecnológica, cooperação internacional e nacional e plataformas de cooperação para inovação.
De acordo com o professor Dellagostin, somente 1,2% do PIB brasileiro é investido em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Precisamos de fomento. A inovação é o motor para alavancar a produtividade, gerar novas oportunidades de negócio e crescer economicamente”.
Para ele, também faltam doutores empreendedores no Brasil. “Precisamos de mais. Foi-se o tempo em que a academia absorvia 100% dos doutores. O mercado mudou e estamos formando doutores sem perspectiva de trabalho. É necessário incentivá-los a criar startups que acelerem o processo de inovação no país como um todo”.
Segundo o Superintendente de Área de Fomento do BNDES, o banco tem trabalhado para se reinventar em prol de projetos menores que envolvam inovação. “Quando falamos nesses negócios, não podemos esperar uma decisão de crédito convencional. É muito lenta”, afirmou Leal.
Para isso, o executivo apontou que o BNDES está desenvolvendo iniciativas para projetos voltados para digitalização e fintechs. “Se não pensarmos em alternativas que articulem melhor a relação entre as empresas e as instituições de fomento, nosso país vai diminuir a efetividade e gerar menos riqueza”.
Sobre a Conferência Anpei de Inovação
Realizada desde 2001, a Conferência Anpei tem se consolidado como um fórum privilegiado para o encontro de representantes de empresas, agências do governo e instituições de C,T&I para discussão e encaminhamentos de políticas e práticas voltadas à inovação nas empresas e no país.
Em sua última edição, que aconteceu de 15 a 17 de agosto desse ano, em Gramado-RS, o tema trabalhado foi “Novas Alavancas de Criação de Valor”. O evento contou com 35 painéis, 2 workshops, 106 cases recebidos e 16 selecionados, 26 patrocinadores, 45 apoiadores institucionais e 900 participantes de 300 empresas diferentes.
A Conferência 2019 já tem data marcada. Acontecerá de 24 a 26 de abril, em local a ser divulgado em breve.